David Bowie (AFI: [ˈboʊ.iː]; nome artístico de David Robert Jones, Londres, 8 de janeiro de 1947) é um músico, ator e produtor musical inglês. Por vezes referido como "Camaleão do Rock" pela capacidade de sempre renovar sua imagem, tem sido uma importante figura na música popular há cinco décadas e é considerado um dos músicos populares mais inovadores e ainda influentes de todos os tempos, sobretudo por seu trabalho nas décadas de 1970 e 1980, além de ser distinguido por um vocal característico e pela profundidade intelectual de sua obra.
Embora desde cedo tenha realizado o álbum David Bowie e diversas canções, Bowie só chamou a atenção do público em 1969, quando a canção "Space Oddity" alcançou o quinto lugar no UK Singles Chart. Após um período de três anos de experimentação, que incluem a realização de dois significativos e influentes álbuns, The Man Who Sold the World (1970) e Hunky Dory (1971), ele retorna em 1972 durante a era glam rock com um alter ego extravagante e andrógino chamado Ziggy Stardust, sustentado pelo sucesso de "Starman" e do aclamado álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars. Seu impacto na época foi um dos maiores cultos já criados na cultura popular.[1] Em 1973, o disco Aladdin Sane levou Ziggy aos EUA. A vida curta da persona revelaria apenas uma das muitas facetas de uma carreira marcada pela reinvenção contínua, pela inovação musical e pela apresentação visual.
Em 1974, o álbum Diamond Dogs previa, com seu som e sua temática caótica, a revolução punk que surgiria anos depois. Em 1975, Bowie finalmente conseguiu seu primeiro grande sucesso em território americano com a canção "Fame", em co-autoria com John Lennon, do álbum Young Americans. O som constitui uma mudança radical no estilo que, inicialmente, alienou muitos de seus devotos no Reino Unido. Nessa etapa, a carreira musical de Bowie se renovou e seguiu novos rumos. Após a criação de uma nova persona, Thin White Duke, apresentada no aclamado Station to Station (1976), que traz um Bowie interessado em misticismo, Cabala e Nazismo, ele confundiu as expectativas de seu público americano e de sua gravadora com a produção do minimalista Low (1977)—a primeira das três colaborações com Brian Eno durante os próximos dois anos. A chamada "Trilogia de Berlim" (com "Heroes" e Lodger) trouxe álbuns introspectivos que lograram o topo nas paradas britânicas e que ganharam admiração crítica duradoura.
Seguindo o sucesso comercial irregular no final dos anos 70, a canção "Ashes to Ashes" do álbum de 1980 Scary Monsters (and Super Creeps) alcançou o primeiro lugar no Reino Unido e lançou bases para um novo movimento chamado New Romanticism. No ano seguinte, junto à banda Queen, escreveu e cantou a canção "Under Pressure" e em seguida atingiu novo pico comercial com o álbum Let's Dance (1983), que rendeu sucessos com a canção homônima e o fez cativar nova audiência. Ao longo dos anos 1990 e 2000, Bowie continuou a experimentar novos estilos musicais, incluindo os gêneros industrial, drum and bass, e adult contemporary. Seu último álbum de inéditas foi por muito tempo Reality, uma mistura de melancolia e humor, suportado pela A Reality Tour de 2003–2004. Após um período de quase dez anos em hiato, anuncia The Next Day pelo Facebook e pelo seu novo website.
A influência de David Bowie é única, musical e socialmente. Como escreveu o biógrafo David Buckley, "ele penetrou e modificou mais vidas do que qualquer outra figura comparável."[1] De fato, grande é sua influência no mundo da música entre artistas e bandas mais antigas e a nova geração (Ver Influência), e, além de ter auxiliado movimentos como a libertação gay e a recriação de uma nova juventude independente, introduziu novos modos de se vestir na cena musical e tem uma carreira prestigiada no cinema. Em 2002, ficou em 29º lugar na lista popular 100 Greatest Britons e já vendeu mais de 136 milhões de álbuns ao longo de sua carreira. Foi premiado no Reino Unido com 9 certificações de álbum de platina, 11 de ouro e 8 de prata, e, nos Estados Unidos, 5 de platina e 7 de ouro. Em 2004, a Rolling Stone colocou-o na 39ª posição em sua lista dos "100 Maiores Artistas do Rock de Todos os Tempos" e em 23º lugar na lista dos "Melhores Cantores de Todos os Tempos".
Biografia
1947–1962: Primeiros anos
David Bowie nasceu como David Robert Jones em Brixton, Londres, em 8 de janeiro de 1947. Sua mãe, Margaret Mary "Peggy" , era descendente de irlandeses e trabalhava como arrumadeira de cinema, enquanto seu pai, Haywood Stenton "John" Jones, era oficial de promoções da Barnardo's. A família vivia no número 40 da Stansfield Road, próximo da fronteira das zonas londrinas do sul de Brixton e Stockwell. Um vizinho lembrou que "Londres na década de quarenta era o pior lugar possível, e o pior lugar possível para uma criança nascer." Bowie freqüentou a Stockwell Infants School até seus seis anos de idade, adquirindo reputação de garoto com talento para cantar e, principalmente, gritar.[2][3]
Mudando-se em 1953 para um subúrbio próximo, em Bromley, a família o enviou à Burnt Ash Junior School. Sua voz foi considerada "adequada" no coral da escola, onde ele demonstrou uma capacidade musical acima da média.[4] Aos nove anos de idade, foi introduzido ao método educativo de escutar sons e dançar, e sua dança agradou os professores, que a achavam "vividamente artística" e sua postura "surpreendente" para uma criança.[4] Neste mesmo ano, seu interesse pela música cresceu quando o pai trouxe para casa discos de vinis de uma coleção americana com músicas cantadas por Frankie Lymon and the Teenagers, The Platters, Fats Domino, Elvis Presley e Little Richard.[5][6] Ao ouvir Richard cantar "Tutti Frutti", Bowie diria mais tarde: "Eu tinha escutado a voz de Deus."[7] Da mesma forma, o impacto de Presley em sua vida também foi enfático: "Eu vi uma prima minha a dançar 'Hound Dog' e eu nunca tinha visto ela se levantar e se mover tanto por nada. Realmente me impressionou, o poder da música. Comecei a procurar discos depois disso."[6] No final do próximo ano, o garoto começou a aprender ukelele e tea-chest bass e a participar em sessões de skiffle com os amigos, além de ter começado a tocar piano; enquanto isso se apresentava para os amigos escoteiros fingindo ser Elvis e Chuck Berry e sua presença no palco era descrita como "fascinante... como alguém de outro planeta."[6] Porém, entrou para a Ravens Wood School assim que viu que suas notas no Burnt Ash Junior não foram boas.[8]
Era uma escola técnica incomum, como escreve o biógrafo Christopher Sandford:
- "Apesar de seu status, a escola era, na época em que David chegou em 1958, rica em rituais misteriosos, como qualquer outra escola pública inglesa. Havia casas, nomeadas em homenagem a estadistas do século XVIII como Pitt e Wilberforce. E tinha um uniforme, e um elaborado sistema de recompensas e punições. Havia também um foco em idiomas, ciências e particularmente desenho, de onde uma atmosfera colegial floresceu sob a tutela de Owen Frampton. No relato de David, Frampton conduzia por força da personalidade, e não pelo intelecto; no entanto, seus colegas no Bromley Tech não eram famosos por nenhum dos dois, e renderam, aos alunos mais brilhantes em artes da escola, um regime tão liberal que Frampton encorajou o seu próprio filho, Peter, a prosseguir numa carreira musical com David, parceria brevemente intacta trinta anos mais tarde."[8]
Bowie estudou arte, música e desenho, incluindo layout e typsetting. Depois de Terry Burns, seu meio-irmão por parte de mãe, apresentá-lo ao jazz moderno, o seu entusiasmo por instrumentistas como Charles Mingus e John Coltrane levou sua mãe a lhe dar um saxofone alto em 1961; não demorou para que o garoto recebesse aulas de um músico local.[9] Em 1962, metido numa briga por conta de uma garota, recebeu um ferimento grave na escola, quando o amigo George Underwood lhe deu um forte soco no olho esquerdo usando um grande anel no dedo. Os médicos temiam que ele viesse a perder parcialmente a visão; foi forçado a ficar fora da escola para uma série de operações durante uma internação de quatro meses.[10] O dano não pôde ser totalmente reparado—deixando-o com a percepção deficiente e com a pupila permanentemente dilatada (tempos depois isso tornaria-se a marca pessoal do artista, que embora tenha os dois olhos azuis, aparenta ter um olho de cada cor, fenômeno conhecido como heterocromia. Alguns acreditavam que seu olho fosse de vidro. Porém, o problema em seu olho é chamado de Anisocoria que, nesse caso, deixou permanentemente a pupila esquerda dilatada). Apesar da briga violenta, Underwood e Bowie continuaram amigos, e Underwood passou a cuidar da parte artística dos primeiros álbuns de Bowie.[11]
1962–1968: Os Kon-rads e os Riot Squad
De seu saxofone de plástico a um instrumento real em 1962, Bowie formou sua primeira banda aos 15 anos de idade. Os Kon-rads tocavam guitarra baseada no rock and roll em reuniões de jovens e em casamentos, e tinham uma formação que variava entre quatro e oito membros, entre eles Underwood.[12] Ao deixar a escola técnica no ano seguinte, Bowie informou a seus pais o seu sonho de tornar-se uma estrela do rock. Não demorou, então, para sua mãe o arranjar um emprego como companheiro de eletricista. Frustrado pelas limitadas aspirações que seus colegas de banda tinham, Bowie deixou a Kon-rads e formou outra banda, os King Bees. Escreveu uma carta a um empresário inglês bem-sucedido, chamado John Bloom, que trabalhava com máquinas de lavar, convidando-o a "fazer por nós o que Brian Epstein fez pelos Beatles—e fazer mais um milhão." Bloom não respondeu à oferta, mas encaminhou o convite à Leslie Conn, parceiro de Dick James, que contratou Bowie, fazendo dessa a primeira gestão pessoal do artista.[13]
Leslie Conn logo começou a promover o trabalho de David Bowie. O primeiro single do cantor, "Liza Jane", creditado à David Jones e os King Bees, não logrou nenhum sucesso comercial. Desapontado com os King Bees e o repertório blues de Howlin' Wolf e Willie Dixon, Bowie deixou a banda a menos de um mês depois de entrar para a Manish Boys, banda com levada blues, mas que também incorporava elementos do folk e soul: "Eu costumava sonhar em ser o Mick Jagger deles", recordaria Bowie anos mais tarde.[13] "I Pity the Fool" não teve maior sucesso que "Liza Jane", e não demorou para que Bowie muda-se novamente de grupo, dessa vez entrando para o Lower Third, trio de blues fortemente influenciado pelo The Who. "You've Got a Habit of Leaving" não se saíu melhor, e marcou o fim do contrato com Conn. Declarando que iria deixar o mundo pop "para estudar mímica no Sadler's Wells", Bowie, no entanto, permaneceu no Lower Third. Seu novo empresário, Ralph Horton, seria uma figura importante em sua transição para artista solo mais tarde, e também o apoiou quando David mudou-se para outro grupo, o Buzz, cuja canção "Do Anything You Say" foi um verdadeiro fracasso. Enquanto era contratado por Buzz, Bowie entrou em 1967 para a Riot Squad; as gravações desse novo grupo, que incluíam músicas escritas por Bowie e covers do Velvet Underground, não foram nunca lançadas. Ken Pitt, introduzido por Horton, passou a ser então o novo empresário de Bowie.[14]
Insatisfeito com seu nome artístico, na época Davy (e Davie) Jones, que em meados da década de 1960 permitia confusão com o ator Davy Jones do The Monkees, o jovem músico renomeou seu nome artístico baseado no sobrenome de um americano do século XIX chamado Jim Bowie e também à faca que ele popularizou.[15] Seu single "The Laughing Game", lançado em abril de 1967, utilizava os vocais acelerados à estilo do The Chipmunks, mas não logrou sucesso comercial. David Bowie, seu álbum de estréia, lançado seis semanas depois, é uma amálgama de pop, folk, psicodelia e music hall, mas teve o mesmo destino de suas tentativas anteriores. O disco foi seu último lançamento por dois anos.[16]
Seu fascínio pelo bizarro reforçou-se com o encontro com o dançarino Lindsay Kemp, como disse o próprio Bowie: "Ele vivia em suas emoções, foi uma influência maravilhosa. Sua vida cotidiana era a coisa mais teatral que eu já tinha visto. Era tudo o que eu pensava sobre bohemia. Entrei para o circo."[17] Kemp, por sua vez, lembrou: "Eu não o ensinei a ser um artista mímico, mas a botar para fora o que ele era .... Eu o ativei para liberar o anjo e o demônio que estava em seu interior."[17] Estudando artes dramáticas com Kemp, do teatro avant-garde e da mímica à commedia dell'arte, Bowie ficou imerso na criação de personagens para apresentar ao mundo. Satirizando a vida numa prisão britânica, a canção de 1967 "Over the Wall We Go" tornou-se um single na voz de Paul Nicholas; outra composição de Bowie, chamada "Silly Boy Blue", foi realizada por Billy Fury no ano seguinte.[18] Bowie começou a namorar Hermione Farthingale quando ela foi escalada junto a ele por Kemp para um minueto poético; logo ambos os amantes se mudaram juntos para um apartamento londrino. Tocando violão, ela formou um grupo com Bowie e o baixista John Hutchinson; entre setembro de 1968 e inícios de 1969, quando Bowie e Farthingale rompiam, o trio dava um pequeno número de concertos combinando folk, beat music, poesia e mímica.[19]
1969–1973: Do folk psicodélico ao glam rock
De Space Oddity ao Hunky Dory
Por conta da falta de sucesso comercial, Bowie se viu obrigado a tentar a ganhar a vida de formas diferentes. Uma dessas foi gravar um comercial para a empresa de sorvetes Lyons Maid, que, no entanto, foi rejeitado por outro do Kit Kat.[20] Em 1969, foi realizado o filme de 30 minutos Love You till Tuesday, concebido como veículo para promover o cantor com apresentações de seu repertório. Apesar de não ter sido lançado até 1984, as sessões de filmagem em janeiro daquele ano levaram a um sucesso inesperado quando Bowie disse aos produtores: "Esse filme de vocês—Eu tenho uma nova canção para ele." Bowie gravou um demo da canção que daria o seu avanço comercial. "Space Oddity" foi lançada meses depois para coincidir com o primeiro pouso na lua.[20] Rompendo seu namoro com Farthingale logo após o término do filme, Bowie mudou-se com Mary Finnigan como seu inquilino.[21] Nesta época continuava sua divergência do rock and roll e do blues iniciada por seu trabalho com Farthingale e, por isso, juntou forças com ela, com Christina Ostrom e Barrie Jackson para conduzir um clube de folk nas noites de domingo no pub Three Tuns na High Street, em Beckenham.[21] Este logo transformou-se em Beckenham Arts Lab, e ficou extremamente popular. O Beckenham Arts Lab organizou um festival livre num parque local, mais tarde imortalizado por Bowie na canção "Memory of a Free Festival".[22] Realizado em 11 de julho, cinco dias antes do lançamento da Apollo 11, "Space Oddity" ficou em 5º lugar no top do Reino Unido. Seu segundo disco, Space Oddity, realizado em novembro, foi lançado no Reino Unido com o nome de David Bowie, o que causou certa confusão com seu antecessor homônimo, e o lançamento nos EUA foi antecipadamente intitulado Man of Words/Man of Music. À época de seu lançamento, não usufruiu sucesso comercial, mesmo com suas letras filosóficas de um mundo pós-hippie sobre paz, amor e moralidade, e um som de folk rock acústico fortificado pelo rock pesado.[23]
Bowie conheceu Angela Barnett em abril de 69. Se casariam dentro de um ano. O impacto da moça sobre ele foi imediato, e o envolvimento dela em sua carreira teve longo alcance, deixando o empresário Kein Pitt em influência limitada.[24] Estabelecido como artista solo após "Space Oddity", sentia falta de algo: "uma banda em tempo livre para apresentações e gravações—pessoas enfim com as quais ele poderia se relacionar pessoalmente."[25] A lacuna se fortaleceu quando teve uma rivalidade artística com Marc Bolan, na época seu guitarrista de estúdio.[25] Mas uma banda foi devidamente montada: John Cambridge, baterista que Bowie conheceu no Arts Lab, foi convivado por Tony Visconti, que tocaria no baixo, e Mick Ronson na guitarra elétrica. Após uma breve e desastrosa manifestação sob o nome de Os Hype, o grupo sofreu nova reconfiguração, agora apresentando Bowie como artista solo.[25] O trabalho inicial do grupo ficou marcado por um desentendimento acalorado entre Bowie e Cambridge sobre o estilo do segundo de tocar bateria; a discussão chegou no ápice quando Bowie soltou: "Você está fudendo meu álbum". Cambridge deixou o grupo e foi substituído por Mick Woodmansey.[26] Pouco tempo depois, ocorreu um ato que resultaria em anos de litígio: Bowie viu-se forçado a pagar indenização a Pitt, e por isso o demitiu, substituindo-o por Tony Defries.[26]
As sessões de estúdio resultaram em seu terceiro disco, The Man Who Sold the World (1970), caracterizado pelo som de rock pesado da sua nova banda e que marcou explicitamente um afastamento do violão e do estilo folk estabelecido em Space Oddity. Para promover o álbum nos EUA, a Mercury Records financiou uma turnê de divulgação em que Bowie, entre janeiro e fevereiro de 1971, foi entrevistado por emissoras de rádio e mídia. Explorando sua aparência andrógina, a capa original da versão britânica retrata o cantor com cabelos longos e um vestido: ele o utilizou durante as entrevistas—para a aprovação de críticos, incluindo John Mendelsohn da Rolling Stones que o descreveu da seguinte forma: "deslumbrante, quase desconcertantemente lembra Lauren Bacall", e, nas ruas, a reação das pessoas variava entre o riso e a surpresa, até que um dos pedestres abordou Bowie com um revólver e lhe disse: "beije minha bunda".[27][28] Durante a viagem, conheceu o trabalho de dois americanos proto-punks que foram seminais e que o levaram a desenvolver o conceito que formaria mais tarde a persona Ziggy Stardust: a fusão da personalidade de Iggy Pop com a música de Lou Reed; ambos elementos o fizeram produzir "o último ídolo pop".[27] Uma amiga recordou seu hábito de "rabiscar notas em guardanapos sobre uma estrela do rock doida, chamada Iggy ou Ziggy", e, retornando à Inglaterra, declarou a intenção de criar uma personagem "que parecesse que havia chegado de Marte."[27]
No álbum Hunky Dory (1971), Visconti, seu produtor e baixista, foi substituído de ambos os papéis por Ken Scott e Trevor Bolder, respectivamente. O álbum testemunhou o retorno parcial do cantor de "Space Oddity", com canções como "Kooks", escrito para seu filho, Duncan Zowie Haywood Jones, nascido em 30 de maio.[29] Os pais escolheram seu nome kooky-o menino seria conhecido como Zowie pelos próximos 12 anos-por conta da palavra em grego zoe, vida.[30] Por outro lado, o álbum também explorou temas sérios, e homenageia algumas de suas influências musicais, nas canções "Song for Bob Dylan", "Andy Warhol", e "Queen Bitch" (pastiche do som do Velvet Underground). O disco, contudo, não alcançou sucesso comercial na época.[31]
Ziggy Stardust
Em sua empreitada musical seguinte, Bowie desafiou, nas palavras do biógrafo David Buckley, "a crença central da música rock de sua época" e "criou provavelmente o maior culto da cultura popular."[1] Vestido com um traje notável, seus cabelos tingidos de vermelho, e o rosto e os lábios fortemente maquiados, Bowie inaugurou a apresentação de Ziggy Stardust com os The Spiders from Mars—Ronson, Bolder e Woodmansey—num pub chamado Toby Jug em Tolworth, em 10 de fevereiro de 1972.[32] A apresentação foi um sucesso e levou-o ao estrelato; Ziggy e os Spiders from Mars viajaram pelo Reino Unido ao longo dos próximos seis meses e propagaram um "culto a Bowie" que "era único, sua influência durou mais tempo e tem sido mais criativa do que talvez quase todas as forças dentro da cultura pop."[32] Combinando elementos do hard rock de The Man Who Sold the World com o rock mais leve e experimental de Hunky Dory, o disco The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972) foi lançado em junho. "Starman", divulgada como canção principal do álbum, fez com que o Reino Unido focasse todos seus olhos em Bowie: ambos o single e o LP atingiram o topo rapidamente após sua performance da canção ser apresentada em julho no Top of the Pops. O álbum, que permaneceria nas paradas por dois anos, logo se juntou ao Hunky Dory, que agora fazia seis meses de idade. Ao mesmo tempo, as canções "John, I’m Only Dancing" e "All the Young Dudes", escrita e produzida para Mott the Hoople, tornaram-se sucesso em seu país de origem. A Ziggy Stardust Tour continuou pelos Estados Unidos.[33]
Bowie contribuiu com back vocals no álbum solo Transformer (1972) de Lou Reed, co-produzindo o disco com Ronson.[34] Seu Aladdin Sane (1973), que ainda trazia o glam rock à tona, atingiu o primeiro lugar no Reino Unido—tornando-se seu primeiro álbum a alcançar tal posição. Descrito pelo próprio Bowie como "Ziggy vai à América", contém canções que ele escreveu durante a viagem aos Estados Unidos, que depois continuou pelo Japão para promover o novo álbum de 73. Alladin Sane foi o primeiro álbum de Bowie realizado quando ele já era, de certa forma, conhecido como pop star, e trouxe outros sucessos, como "The Jean Genie", "Drive-In Saturday" e "Let's Spend the Night Together", cover dos Rolling Stones.[35][36]
Seu amor em atuar o fez imergir em personagens criados para suas músicas. "Fora dos palcos sou um robô. No palco eu adquiro emoção. Provavelmente por isso que prefiro vestir-me como Ziggy do que como David." Porém, com a satisfação vieram graves dificuldades pessoais: atuando como a mesma pessoa por um longo período, tornou-se impossível separar Ziggy Stardust—e, mais tarde, o Thin White Duke—de sua própria pessoa nos bastidores. Ziggy, Bowie disse certa vez, "não me deixava sozinho durante anos. Foi quando tudo começou a azedar... Minha própria personalidade como um todo havia sido afetada. Tornou-se muito perigoso. Eu realmente tinha dúvidas sobre minha própria sanidade."[37] Suas apresentações tardias como Ziggy, que incluíam canções do disco Ziggy Stardust bem como do Aladdin Sane, eram ultrateatrais, muitas vezes utilizando elementos da mímica aprendida anos antes com Lindsay Kemp, e cheias de momentos chocantes, em cenas nas quais Bowie simulava um sexo oral na guitarra de um Ronson elétrico.[38] Bowie viajou e deu conferências de imprensa como Ziggy antes de uma abrupta e dramática "aposentadoria" dos palcos no Hammersmith Odeon, Londres, em 3 de julho de 1973. Foram realizadas filmagens desse evento final e histórico, e lançadas em 1983 como Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, dirigido por D. A. Pennebaker.[39]
Depois de romper a união bem-sucedida com os Spiders from Mars, Bowie tentou deixar Ziggy para trás. Seu catálogo anterior aos sucessos de 1972 estavam sendo cada vez mais requisitados: The Man Who Sold the World foi relançado em 1972 junto com Space Oddity. "Life on Mars?", de Hunky Dory, é lançado em junho de 1973 e chegou à terceira posição na UK singles chart. Em setembro, "The Laughing Gnome", gravado originalmente em 1967, atingiria a quarta posição.[40] Pin Ups, coleção de covers de suas canções favoritas da década de 1960, foi lançado em outubro de 73, e trouxe o hit "Sorrow", que alcançou a primeira posição, dando a Bowie o crédito de artista mais vendido no Reino Unido em 1973. Também cresceram a vendagem de seus álbuns anteriores, que chegaram, juntos, à sexta posição no UK chart.[41]
1974–1976: Soul, funk e o Thin White Duke
Bowie mudou-se para os Estados Unidos em 1974, hospedando-se em Nova Iorque antes de se estabelecer em Los Angeles.[42] Diamond Dogs (1974), álbum que o encontrou dividido entre o soul e o funk, derivou-se de duas idéias distintas: um musical baseado num futuro selvagem e sediado numa cidade pós-apocalipse e a tarefa de musicar o livro 1984 de George Orwell.[43] O disco alcançou a primeira posição no Reino Unido e a quinta nos EUA, gerando os sucessos "Rebel Rebel" e "Diamond Dogs". Para promovê-lo, Bowie lançou a Diamond Dogs Tour, visitando cidades da América do Norte entre junho e dezembro de 1974. Com coreografias de Toni Basil, e ricamente produzido com elementos teatrais e efeitos especiais, a produção de alto orçamento foi filmada por Alan Yentob. O resultado dessas imagens foi o documentário Cracked Actor, apresentando um Bowie pálido e magérrimo: de fato, a turnê coincidiu com a queda do cantor em usar constantes doses de cocaína, que o afetou com debilidades físicas graves, paranóias e problemas emocionais.[44] Mais tarde, Bowie comentaria que seu primeiro álbum ao vivo, David Live (David ao vivo, 1974), deveria se chamar "David Bowie Está Vivo e Bem e Vivendo Apenas na Teoria". David Live, no entanto, solidificou seu status de superstar, e alcançou a segunda posição no Reino Unido e a oitava nos EUA. Depois de uma curta pausa em Filadélfia, onde Bowie também gravou novo material, a turnê recomeçou com uma nova ênfase na música soul.[45]
O fruto dessas sessões de gravação na Filadélfia foi o disco Young Americans (1975). O biógrafo Chritopher Sandford comenta: "Ao longo dos anos, a maioria dos roqueiros britânicos tentaram, de uma forma ou de outra, tornar-sem negros por extensão. Poucos tinham se sucedido tão bem como Bowie."[46][47] A levada do álbum, que o cantor chamou de plastic soul, constituiu uma mudança radical no estilo que, inicialmente, alienou muitos de seus devotos do Reino Unido.[48] Young Americans trouxe a primeira canção de Bowie a atingir a primeira posição nos EUA, "Fame", co-escrita com John Lennon, que também contribuiu com backing vocals, e Carlos Alomar. Distinguindo-se como um dos primeiros artistas brancos a aparecer no programa de variedades americano Soul Train, Bowie cantou "Fame" e "Golden Years", seu single de outubro.[49] O disco foi um sucesso comercial nos EUA e no Reino Unido e, aproveitando tal prestígio, as gravadoras relançaram "Space Oddity" de 1969, que então veio a ser a primeira canção do artista a atingir a primeira posição no Reino Unido, meses depois de "Fame" alcançar o mesmo nos EUA.[50] Embora seu estrelato nessa época estivesse melhor estabelecido, Bowie só existia essencialmente quando podia mudar e surpreender, mesmo com as vendas estabelecidas de suas gravações (na época, mais de um milhão de cópias só do álbum Ziggy Stardust).[51] Em 1975, ecoando o desentendimento amargo que teve com Pitt quinze anos antes, Bowie demitiu seu novo empresário. No auge do conflito que se seguiu em meses de duração na justiça, assistiu, como descreve o biógrafo Christopher Sandford, "milhões de dólares de seus ganhos futuros serem entregues a DeFries em termos excepcionalmente generosos", e então "trancafiou-se na West 20th Street, onde por uma semana seus gritos podiam ser ouvidos através da porta do sótão trancado."[51] Michael Lippman, seu advogado durante as negociações, tornou-se também seu mais novo empresário; Lippman, por sua vez, receberia uma compensação significativa depois de também ser demitido por Bowie no ano seguinte.[52]
Station to Station (1976) apresentava uma nova persona, o "Thin White Duke" do título principal. Visualmente, era uma extensão de Thomas Jerome Newton, o extraterrestre que ele retratou no filme The Man Who Fell to Earth do mesmo ano.[53] Desenvolvendo o funk e o soul de Young Americans, este novo disco também prefigurava o krautrock e sintetizava a música dos seus próximos lançamentos. Trazia um Bowie interessado em misticismo e na Cabala. Sua toxicodependência tornou-se pública quando Bowie foi entrevistado por Russell Harty no programa London Weekend Television, numa antecipação da turnê do álbum. Pouco antes da entrevista propagada via satélite começar, era anunciada a morte do ditador espanhol General Franco. Pediram para que Bowie abandonasse a reserva do satélite a fim de que permitisse que o governo espanhol transmitisse notícias sobre o ocorrido. Recusou-se a fazê-lo, e sua entrevista continuou. Na conversa em que se seguiu, conforme descrito pelo biógrafo David Buckley, "o cantor não deu nenhum sentido àquela que foi uma entrevista bastante extensa. [...] Bowie parecia completamente desconexo e mal conseguia pronunciar uma fase coerente."[54] Sua sanidade tornou-se distorcida pela cocaína e ele sofreu overdoses durante todo o ano, além de emagrecer fisicamente de maneira alarmante.[44][55]
O lançamento de Station to Station aconteceu em janeiro de 1976 e foi seguido em fevereiro por uma turnê de três anos e meio pela Europa e América do Norte. Apresentando todas as faixas do disco, a Isolar – 1976 Tour também destacou as canções do álbum, incluindo a dramática e longa canção-título "Station to Station", as baladas "Wild Is the Wind" e "Word on a Wing", além dos funks "TVC 15" e "Stay". A banda que tocou no disco e na turnê consistia do guitarrista Carlos Alomar, baixista George Murray, e baterista Dennis Davis-que continuariam como unidade estável e criativa pelos próximos anos da década. A turnê logrou ser bem sucedida, mas foi cercada por controvérsias políticas. Em Estocolmo, foi creditada à Bowie a frase de que "a Grã-Bretanha poderia beneficiar-se de um líder fascista" e posteriormente ele foi preso pela alfândega na fronteira Rússia-Polônia por posse de parafernálias nazistas.[56]
Nessa época também ocorreu o "incidente da Estação Victoria": chegando num conversível Mercedes-Benz, Bowie acenou para a multidão em um gesto que alguns alegaram ter sido a saudação nazista, e cuja fotografia foi tirada e publicada na NME. Bowie afirmou tempos depois que o fotógrafo simplesmente havia o pegado acenando,[57] declaração apoiada pelo então jovem Gary Numan, que estava entre a multidão naquele dia: "Pense nisso. Se um fotógrafo tira uma foto de alguém acenando, você vai ter uma saudação nazi no final do movimento de cada braço. Tudo que você precisa é algum idiota num jornal de música ou algo do tipo para fazer uma matéria sobre isso..."[58] Mais tarde, o músico também se arrependeu por seus comentários pró-fascismo e seu comportamento durante o período de vícios e do caráter do Thin White Duke.[59] Disse: "Eu estava fora da minha mente, totalmente enlouquecido. As únicas coisas das quais eu estava ligado eram mitologia... aquela coisa toda sobre Hitler e o Direitismo... Eu descobri o Rei Artur..."[55] De acordo com o dramaturgo Alan Franks, escrevendo mais tarde no The Times, "ele realmente estava demente" e teve experiências muito ruins com drogas pesadas.[60]
1976–1979: Estadia em Berlim
Mudando-se para a Suíça em 1976, comprou um chalé numa montanha no norte do Lago de Genebra. Na nova residência, sua dependência pela cocaína cresceu; além disso, quis aventurar-se em atividades extra-musicais. Começou a pintar e produziu uma série de quadros pós-modernistas. Na turnê, costumava desenhar num caderno e fotografar cenas que serviriam de referência futura. Ao visitar o Brücke Museum em Berlim e outras galerias em Genebra, Bowie se transformou, nas palavras do biógrafo Christopher Sandford, "num prolífico pintor e colecionador de arte contemporânea. [...] Mas não somente um famoso patrono de arte expressionista: trancafiado em Clos des Mésanges, iniciou um curso intensivo de auto-aperfeiçoamento em música clássica e literatura, e começou a trabalhar numa autobiografia."[61] Tais aperfeiçoamentos só viriam a enriquecer seu trabalho de estúdio e palco.
1976 ainda não tinha terminado quando seu interesse pela cena musical da Alemanha e seu vício em drogas o levaram a mudar-se para a Berlim Ocidental, no intuito de renovar e revigorar sua carreira musical. Trabalhando com Brian Eno, enquanto dividia um apartamento em Schöneberg com o mais novo amigo Iggy Pop, concentrou-se na música minimalista e ambiental em seus três próximos álbuns, co-produzidos com Tony Visconti, que vieram a ser conhecidos como sua Trilogia de Berlim.[62] Nessa época, Pop lançou seu primeiro álbum solo sem os Stooges, chamado The Idiot, e, mais tarde, Lust for Life, ambos de 1977, com contribuições de Bowie em melodias e letras, realizando turnês pela Europa, Reino Unido, e nos EUA em março e abril de 1977.[63] O disco Low (1977), parcialmente influenciado pelo som krautrock do Kraftwerk e do Neu!, evidenciou um afastamento de composições e narrações para um estilo mais abstrato, em que as letras eram esporádicas e opcionais. Na época do lançamento, ele recebeu críticas negativas por isso—e a própria gravadora, a RCA, preocupada em manter sua dinâmica comercial, não aprovou o álbum, e o ex-empresário de Bowie, Tony DeFries, embora ainda mantivesse um significante interesse financeiro nos assuntos do cantor, tentou se prevenir desse fracasso. Apesar desses pressentimentos preliminares, a canção "Sound and Vision" atingiu a terceira posição no UK chart; o sucesso levou Philip Glass, compositor contemporâneo, descrever o disco como "uma obra de gênio" em 1992, quando se baseou nele para sua Symphony No. 1 (posteriormente, Glass também usaria o próximo álbum de Bowie como base para sua Symphony No. 4 "Heroes".[64][65] Não demorou para que notassem o talento de Bowie em criar músicas complexas que pareciam simples.[66]
O segundo disco da trilogia, "Heroes" (1977), refletiu a abordagem instrumental e minimalista de Low e também incorporou elementos do pop e do rock, além de receber contribuição do guitarrista Robert Fripp. Assim como o álbum anterior, "Heroes" evidenciou o espírito da época da Guerra Fria, simbolizada por uma Alemanha dividida pelo Muro de Berlim.[67] Neste novo trabalho Bowie incorporou sons ambientes de uma variedade de fontes, incluindo geradores de ruídos, sintetizadores e o koto, instrumento japonês, e logrou sucesso, pois ele atingiu a terceira posição no Reino Unido. Sua faixa-título—baseada no amor incondicional de dois amantes dos lados opostos do Muro de Berlim que Bowie via se unirem diariamente—embora tenha alcançado somente a 24ª posição nas paradas britânicas, ganhou popularidade tardia duradoura, e em poucos meses tinha sido lançada em alemão e em francês.[68] No final daquele ano, Bowie a cantou no programa de televisão Marc, apresentado pelo colega Marc Bolan, e dois dias depois para o especial de Natal de Bing Crosby, quando juntou-se a ele em "Peace on Earth/Little Drummer Boy", versão de "The Little Drummer Boy" com um novo e contrapontual verso. Cinco anos depois, o dueto gozaria de fama mundial ao alcançar a terceira posição nas paradas britânicas no Natal de 1982.[69]
Terminando Low e "Heroes", Bowie ocupou grande parte de 1978 a trabalhar na Isolar II, levando canções dos dois primeiros álbuns da Trilogia para quase um milhão de pessoas, durante 70 apresentações ao vivo em 12 países. Naquele momento o artista havia parado com seu vício em drogas; como escreve David Buckley, a Isolar II foi "sua primeira turnê durante cinco anos em que ele não se anestesiou com grandes quantidades de cocaína antes de subir no palco. [...] Sem o esquecimento que as drogas lhe traziam, estava com uma condição mental o suficientemente saudável para fazer novos amigos."[70] A turnê recebeu filmagens que foram lançadas no mesmo ano em Stage, seu segundo álbum ao vivo.[71]
Lodger (1979)—tríptico final daquilo que Bowie chamaria de Trilogia de Berlim—absteve-se da natureza ambiental e minimalista dos outros dois e traz uma levada que nos remete às baterias e às guitarras do rock e do pop que prefiguraram sua carreira anterior à estadia em Berlim. O resultado foi uma mistura complexa de New Wave e World Music. Algumas das faixas, como "Boys Keep Swinging", "Move On" e "Red Money", foram compostas utilizando as cartas das Estratégias oblíquas de Eno.[72] O álbum havia sido gravado na Suíça. Antes de seu lançamento, Mel Ilberman da RCA declarou: "Não seria justo chamar o disco de o Sergeant Pepper de Bowie [...] um álbum conceitual que retrata o Inquilino (Lodger) como um andarilho sem teto, evitado e vitimado pelas pressões da vida e da tecnologia." Como descreve o biógrafo Christopher Sandford, "A gravação coincidiu com várias esperanças frustradas, e com a produção, que significava o fim da parceria de 15 com Eno." Lodger chegou à quarta posição nas paradas britânicas e na vigésima nos EUA, rendendo os singles "Boys Keep Swinging" e "DJ".[73][74] Em finais de 79, Bowie e Angela iniciaram o processo de divórcio, e, após meses de disputas judiciais, seu casamento terminou em inícios de 1980.[75]
1980–1989: De superstar a megastar
Em 1980, foi lançado o álbum Scary Monsters (and Super Creeps), trazendo a canção "Ashes to Ashes", que alcançou o primeiro lugar nas paradas. A canção revisitava o personagem Major Tom de "Space Oddity". O videoclipe da canção foi um dos mais caros—e também um dos mais inovadores—de todos os tempos.[76] Embora esse disco utilizasse princípios estabelecidos pela trilogia de Berlim, foi considerado pelos críticos como muito mais direto musical e liricamente. Ele teve contribuições de guitarristas como Fripp, Pete Townshend, Chuck Hammer e Tom Verlaine.[77] Com "Ashes to Ashes" atingindo o topo das paradas britânicas, Bowie abriu uma apresentação de três meses no Teatro Broadway em 24 de setembro, estrelando na peça O Homem Elefante.[78]
Em 1981, Bowie encontrou-se com a banda Queen e ambos realizaram um single, "Under Pressure", retratando a pressão social. O dueto foi um sucesso e tornou-se o terceiro single de sua carreira a atingir a primeira posição nas paradas britânicas. Ainda no mesmo ano, ele fez uma aparição no filme alemão Christiane F., uma história baseada em fatos reais sobre uma adolescente viciada em drogas na Berlim da década de 1970. A trilha sonora, constituída principalmente por canções já escritas anteriormente por Bowie, foi lançada como Christiane F. meses depois. Bowie interpretou o papel principal de uma adaptação televisiva de 1981 da peça Baal de Bertolt Brecht. Coincidindo com essa transmissão, foi lançado um extended play com cinco faixas da peça, todas gravadas em Berlim. Em março de 1982, um mês antes do filme Cat People de Paul Schrader ser lançado, a canção de Bowie homônima, "Cat People", foi realizada como single, logrando um curto sucesso nos EUA e entrando no UK top 30.[79]
Bowie atingiu novo pico de popularidade e sucesso comercial em 1983 com o disco Let's Dance, que também o fez cativar uma nova audiência. Co-produzido por Nile Rodgers da banda Chic, o álbum ganhou disco de platina no Reino Unido e nos EUA. Seus três singles principais tornaram-se um dos vinte maiores sucessos de ambos os países, e sua faixa-título alcançou a primeira posição. "Modern Love" e "China Girl" alcançaram a segunda posição no Reino Unido, e geraram dois aclamados vídeos promocionais que, como escreve o biógrafo David Buckley, "foram totalmente absorventes e ativaram arquétipos fundamentais no mundo pop. O vídeo clipe para 'Let's Dance', com sua narrativa em torno do jovem casal de aborígenes, tinha como público alvo a 'juventude', e 'China Girl', com sua cena (que depois foi parcialmente censurada) de um namoro nu na praia (homenagem ao filme A Um passo da Eternidade), foi sexualmente provocante o bastante para que garantisse sua alta frequência na MTV. Em 1983, Bowie surgia como um dos artistas de vídeo-clipes mais importantes da época."[80] Let's Dance seguiu-se com uma turnê mundial chamada Serious Moonlight Tour, durante o qual Bowie recebia contribuições de Earl Slick na guitarra e Frank e George Simms no backing vocal. A viagem musical durou seis meses e foi extremamente popular.[80]
Tonight (1984), outro álbum dançante, trouxe Tina Turner cantando com Bowie na faixa-título, que foi escrita com o amigo Iggy Pop. O disco também trazia covers, como o sucesso de 1966 "God Only Knows" dos Beach Boys, e a canção "Blue Jean", baseada no curta-metragem Jazzin' for Blue Jean, garantiu a Bowie o Grammy Award for Best Short Form Music Video. Em 1985, ele se apresentou no Estádio de Wembley para o Live Aid—uma série de concertos com músicos famosos e aclamados da época na tentativa de arrecadar fundos contra a fome na Etiópia. Durante o evento, Bowie gravou um videoclipe com um de seus ídolos, Mick Jagger, em que cantam e dançam juntos a canção "Dancing in the Street", sucesso de 1964 na voz de Martha and the Vandellas, e que deu ao dueto a primeira posição nas paradas. No mesmo ano, Bowie juntou-se ao Pat Metheny Group na gravação de "This Is Not America" para a trilha sonora do filme The Falcon and the Snowman. Realizada como single, a canção tornou-se um dos 40 sucessos das paradas britânicas e americanas.[81]
Em 1986, deram um papel à Bowie no filme Absolute Beginners, que foi mal recebido pelos críticos, mas que sustentou-se pela canção-tema, escrita por David Bowie, também chamada "Absolute Beginners" e que atingiu o segundo lugar nas paradas britânicas. No mesmo ano, o filme Labirinto estreia e Bowie, que compôs e cantou cinco canções para o filme, também atuou como a personagem Jareth, o que lhe garantiu extrema popularidade. Seu último disco solo da década foi Never Let Me Down de 1987, em que ele abandona a levada de seus dois álbuns anteriores, e oferece um rock pesado com uma mistura de techno e industrial. Embora tenha sido um relativo fracasso, atingiu a sexta posição nas paradas britânicas e rendeu as canções "Day-In Day-Out", "Time Will Crawl" e "Never Let Me Down". Tempos depois Bowie o descreveria como seu "nadir" e o chamaria de um "álbum ruim".[82] A série de 86 concertos chamada de Glass Spider Tour surgiu nessa época, em 20 de maio, com o intuito de apoiar o disco. Na guitarra principal, a banda contava com Peter Frampton. Os críticos difamaram a turnê, dizendo que, se comparada às tendências contemporâneas da música de arena e estádio, seus efeitos especiais e suas danças a tornavam demasiadamente cansativa.[83]
1989–1991: Tin Machine
David Bowie esqueceu-se de sua carreira solo em 1989, recuando pela primeira vez ao relativo anonimato de membros de banda desde o início dos anos 70. Tin Machine especializou-se como quarteto de hard rock e surgiu depois de Bowie trabalhar experimentalmente com o guitarrista Reeves Gabrels. Completavam a formação Tony Sales e Hunt Sales, irmãos que Bowie conhecia desde a década de 70 por trabalharem na bateria e no baixo, respectivamente, em Lust for Life (1977) de Iggy Pop, disco produzido por Bowie.[84]
Embora pretendesse que o Tin Machine funcionasse democraticamente, Bowie dominou a banda, tanto nas composições como na tomada de decisões importantes.[85] O disco de estreia, Tin Machine (1989), teve inicial popularidade, apesar de suas letras politizadas não terem logrado aprovação universal: Bowie descreveu uma de suas canções como "simplista, ingênua e radical, desistindo de falar sobre o aparecimento de neo-nazistas"; na visão do biógrafo Christopher Sandford, o disco "teve coragem de denunciar drogas, fascismo e televisão [...] em termos de ter atingido o nível literário de uma história em quadrinhos."[86] A EMI reclamou das "letras pregativas", da falta de produção e da abundância de minimalidade.[87] De qualquer forma, o disco alcançou a terceira posição no Reino Unido.[86] A primeira turnê mundial do Tin Machine foi um sucesso comercial, embora fãs e críticos relutassem bastante em aceitar as apresentações de Bowie como mero membro da banda.[88] Uma série de canções e singles fracassaram e, após um desentendimento com a EMI, Bowie decidiu finalmente largar a gravadora.[89] Assim como o público e a imprensa, cada vez mais ele tornou-se descontente com seu papel de simples membro de uma banda.[90] O Tin Machine começou a trabalhar num segundo álbum, porém concordaram em esperar mais um tempo e, nessa espera, Bowie deu um rápido retorno à carreira solo. Na Sound+Vision Tour, tocando seus primeiros e maiores sucessos, anteriores ao disco Tonight, durante sete meses, logrou novo sucesso comercial e novamente a aclamação crítica.[91] Essa turnê contou com suas primeiras apresenções na América do Sul—Rio de Janeiro (Sambódromo), São Paulo (Estádio Palestra Itália, Teatro Olympia), Santiago (Estádio Nacional de Chile) e Buenos Aires (Estádio Monumental de Núñez)—de 20 a 29 de setembro, com milhões de audiências e transmissões da Rede Globo.
Em outubro de 1990—dez anos depois de seu divórcio com Angela—Bowie conheceu a modelo somali Iman Abdulmajid, através de um amigo em comum. Bowie recordou: "Eu estava a dar o nome de nossos futuros filhos na noite em que nos conhecemos... foi uma coisa absolutamente imediata." Eles se casaram em 1992.[92] Enquanto isso, ainda em 1991, o Tin Machine voltou a trabalhar após a turnê solo de Bowie bem-sucedida, porém, o público e a crítica, que já estavam desapontados com o primeiro álbum do grupo, não mostrou muito interesse por um segundo. O lançamento de Tin Machine II ficou marcado por uma ampla divulgação e um conflito inoportuno por causa de sua capa: após a produção ter começado, a nova gravadora, Victory, considerou retratar os quatro membros da banda nus em formato de estátuas kouros, o que seria para ser, segundo Bowie, "num gosto requintado", tornou-se para a mídia uma espécie de "imagens obscenas" a precisar de aerografia e remendos a fim de tornar as figuras assexuadas.[93] Tin Machine excursionou novamente, porém, após o álbum ao vivo Tin Machine Live: Oy Vey, Baby, fracassou comercialmente, e a banda se separou; Bowie, embora continuasse a colaborar e a trabalhar com Gabrels, retomou sua carreira solo.[94]
1992–1999: Bowie eletrônico
Em abril de 1992, Bowie participou do Concerto em Tributo a Freddie Mercury, após a morte do vocalista do Queen no ano anterior. Cantou "Heroes" e "All the Young Dudes"; não poderia deixar de cantar "Under Pressure", em que foi acompanhado por Annie Lennox, que cantou a parte de Freddie Mercury na canção.[95] Quatro anos depois, Bowie e Iman estavam casados na Suíça. Com a intenção de se mudarem para Los Angeles, o casal voou até os EUA para procurar um imóvel adequado, mas tiveram que se confinar no seu hotel, sob toque de recolher: os Distúrbios de Los Angeles em 1992 começaram bem no dia em que eles embarcaram. Por fim, se estabeleceram em Nova Iorque.[96]
Em 1993, o lançamento de Black Tie White Noise trouxe um Bowie influenciado em hip-hop, jazz e soul. O álbum, que novamente o reuniu com o produtor de Let's Dance, Nile Rodgers, fazia uso proeminente de instrumentos eletrônicos e confirmou seu retorno à popularidade, chegando ao primeiro lugar nas paradas britânicas e fazendo sucesso com a canção "Jump They Say".[97] Este álbum também contou com a participação de seu antigo colega da era-Ziggy Stardust, Mick Ronson, que morreu de câncer no final do ano. Bowie explorou novas direções em The Buddha of Suburbia, trilha sonora composta para uma série televisiva livremente adaptada no livro The Buddha of Suburbia (1900) de Hanif Kureishi. O disco trazia alguns dos novos elementos introduzidos no Black Tie White Noise, e também sinalizava uma mudança para o rock alternativo. O disco foi criticamente bem-recebido, embora não lograsse muito sucesso comercial, atingindo a 87ª posição nas paradas do Reino Unido.[98]
Outside (1995) reuniu Bowie novamente com Brian Eno, e foi concebido como o primeiro volume de uma narrativa não-linear sobre arte e assassinato. Apresentando personagens de um conto escrito pelo artista, o álbum conseguiu sucesso nas paradas britânicas e americanas.[99] Bowie escolheu a banda Nine Inch Nails como sua parceria para a Outside Tour, e recebeu, por isso, recepções mistas. Visitaram cidades da Europa e da América do Norte entre setembro de 1995 e fevereiro de 1996 e tal turnê marcou o regresso de Gabrels como guitarrista principal de Bowie.[100]
Em 17 de janeiro de 1996, David Bowie entrou para o Rock and Roll Hall of Fame.[101] Incorporando elementos do jungle britânico e do drum and bass, Earthling (1997) foi sucesso crítico e comercial. A canção "I'm Afraid of Americans", escrita com Eno para o filme Showgirls de Paul Verhoeven, foi regravada no álbum, remixada para ser lançada como single. Esse trabalho ficou por conta de Trent Reznor, famoso multi-instrumentista de sua banda solo, o Nine Inch Nails, que além de produzir, fez backing vocals na canção. A alta frequência do vídeo clipe na televisão, do qual Reznor também participava, fez com que ela ficasse 16 semanas na Billboard Hot 100 americana. A Earthling Tour esteve na Europa e na América do Norte entre junho e novembro de 1997.[102] Em 1998, reuniu-se novamente com Visconti para gravar "(Safe in This) Sky Life" para o The Rugrats Movie. Embora a faixa tenha sido cortada na edição final, mais tarde ela foi regravada e realizada como "Safe" no lado B do single de 2002 "Everyone Says 'Hi'".[103] A reunião com Visconti também levou a uma versão da faixa "Without You I'm Nothing" do Placebo, com vocais de Bowie adicionados na gravação original.[104] Em 1998, Bowie gravou "A Foggy Day (In London Town)" com Angelo Badalamenti, tributo a George Gershwin, no intuito de arrecadar dinheiro para várias instituições de caridade dedicadas na conscientização e no combate à Aids.
1999–atualidade: Bowie neoclássico
Bowie compôs a trilha sonora de Omikron em 1999, um jogo de computador em que ele e a esposa Iman também aparecem como personagens. O álbum 'hours...', lançado neste mesmo ano, e contendo algumas faixas regravadas do jogo, trazia uma canção, "What's Really Happening?" (musicada com Reeves Gabrels), com letra escrita pelo vencedor do concurso via internet "Cyber Song Contest", disponível no site oficial de Bowie; o vencedor foi o fã Alex Grant.[105] Utilizando instrumentos tradicionais e um som pesado, o disco marcou o fim dos experimentos de Bowie com a música eletrônica.[106] Em 2000, ele iniciou um álbum que chamaria-se Toy, com novas versões de algumas de suas primeiras canções e mais três novas músicas, mas o projeto nunca foi lançado. Em vez disso, Visconti continuou trabalhando em estúdio com Bowie e, um ano depois, o resultado das gravações foi um álbum inteiramente de canções originais: Heathen, de 2002.[107] Sua filha com Iman, Alexandria Zahra Jones, nasceu em 15 de agosto.[108]
Em outubro de 2001, Bowie abriu o Concerto para a Cidade de Nova Iorque, evento de caridade em benefício às vitimas dos Ataques de 11 de Setembro, com uma versão minimalista e misteriosa da canção "America" dos Simon and Garfunkel, que seguiu-se com "Heroes", tocada com uma banda.[109] Em 2002, Heathen foi lançado e, durante o segundo semestre do ano, ele realizou a turnê Heathen Tour. A turnê visitou cidades européias e da América do Norte; sua abertura ocorreu no Meltdown, festival anual de Londres, e, por isso, naquele mesmo ano, Bowie foi apontado diretor artístico do evento. Entre os artistas que selecionou para o festival estavam Philip Glass, Television e The Polyphonic Spree. Além de canções do novo álbum, a turnê também trazia materiais de Low.[110] Em 2003, lançou Reality, disco com humor e melancolia, que reflete sobre toda sua carreira e que, na na faixa-título, proclame e ordena: "Acertei, errei/estou de volta ao começo/procurei um sentido e não cheguei a nada/Hey garoto, bem-vindo à realidade".[111] A Reality Tour o fez viajar pela Europa, EUA, Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Japão, com uma audiência estimada em 722.000 mil, arrecadando uma quantia superior a qualquer outra turnê de 2004. Apresentando-se em Oslo, Noruega, em 18 de junho, foi atingido no olho por um pirulito atirado por um fã e, uma semana depois, enquanto se apresentava no palco do Hurricane Festival em Scheeßel, Alemanha, sentiu fortes dores no peito, e a apresentação foi interrompida.[112] Foi diagnosticada uma séria obstrução numa artéria e ele passou por uma angioplastia de emergência em Hamburgo. As 14 apresentações restantes da turnê foram canceladas.[113] Até agora, Reality é seu último disco de inéditas e a turnê foi a última em que ele se apresentou.
Bowie em 2009 com o filho Duncan Jones, na estreia de Moon, o primeiro filme a ser dirigido por Jones.
Recuperado da cirurgia cardíaca, diminuiu sua produção musical pela primeira vez em vários anos. Apareceu só de vez em quando nos palcos e nos estúdios. Em 2004, cantou "Changes" num dueto com Butterfly Boucher para a animação cinematográfica Shrek 2.[114] Durante o ano de 2005, que seguiu-se calmo em sua agenda, gravou vocais em "(She Can) Do That", co-escrita com Brian Transeau, para o filme Stealth.[115] Retornou aos palcos em 8 de setembro, junto ao Arcade Fire, num evento televisionado nos EUA chamado Fashion Rocks, e tocou com a banda canadense pela segunda vez uma semana depois, durante o CMJ Music Marathon.[116] Contribuiu com vocais na canção "Province" dos TV on the Radio no álbum Return to Cookie Mountain,[117] gravou um comercial da XM Satellite Radio com Snoop Dogg,[118] e participou, com o colega de longa data Lou Reed, do álbum No Balance Palace (2005) da Kashmir.[119]
Bowie foi premiado com o Grammy Lifetime Achievement Award em 8 de fevereiro de 2006, que só é concedido a "músicos que, durante suas vidas, deram contribuições criativas de importância artística excepcional no campo da gravação."[120] Em abril, anunciou: "Estou dando um tempo a turnês e discos."[121] Em 29 de maio, contudo, fez uma aparição surpresa no concerto de David Gilmour no Royal Albert Hall de Londres. O evento foi filmado e, logo em seguida, foi lançada uma seleção das canções em que ele participou.[122] Sua última apresentação nos palcos até agora se deu em novembro do mesmo ano, quando cantou ao lado de Alicia Keys no Black Hall—evento beneficente de Nova Iorque para a organização Keep a Child Alive.[123]
Em 2007, Bowie foi escolhido para a curadoria do High Line Festival, selecionando músicas e artistas do evento de Manhattan,[124] e participou do álbum de 2008 Anywhere I Lay My Head, de Scarlett Johansson, só de regravações de Tom Waits.[125] Para os 40 anos de aniversário do primeiro pouso na Lua—e também o também para o aniversário de seu primeiro sucesso, "Space Oddity"—a EMI lançou faixas individuais da gravação original da canção em 2009, num concurso que convidava os fãs a criaram um remix.[126] A Reality Tour, álbum duplo com cenas ao vivo de sua turnê de 2003, foi lançado em janeiro de 2010.[127]
Em 8 de Janeiro de 2013, foi confirmado pela página do artista um lançamento novo, The Next Day, com previsão de lançamento para 11 de Março. O primeiro Single, "Where Are We Now" foi disponibilizado à venda para download no mesmo dia.[128]
Carreira como ator
O biógrafo David Buckley escreve: "A essência da contribuição de Bowie à música popular se deve por sua notável capacidade de analisar e selecionar as idéias que estão de fora do mainstream—da arte, literatura, teatro e cinema—e trazê-los para dentro, de modo que o pop é constantemente alterado."[129] Buckley ainda escreve: "Só uma pessoa levou o glam rock a novas alturas rarefeitas e inventou personagens no pop, casando teatro e música popular num todo poderoso."[130] A carreira de Bowie tem sido marcada por vários papéis em produções de cinema e teatro, o que valeu prestígio e independência como ator e alguns elogios por suas atuações.
Sua carreira como ator começa antes de seu avanço comercial como músico. Estudante teatro de avant-garde e mímica com Lindsay Kemp, interpretou o papel de Cloud na produção teatral de 1967 de Kemp chamada Pierrot in Turquoise (posteriormente transformada no filme televisivo de 1970 The Looking Glass Murders).[131] No filme The Image em branco e preto (1969), interpretou um menino fantasma que surge da pintura de um artista envolvido em problemas, para assombrar seu criador.[132] No mesmo, fez uma breve aparição na adaptação do romance The Virgin Soldiers (1966) de Leslie Thomas.[132] Em 1976, ganhou elogios por seu primeiro papel principal num grande filme, retratando Thomas Jerome Newton, um alienígena de um planeta moribundo, em The Man Who Fell to Earth, dirigido por Nic Roeg. Também interpretou o papel principal em Just a Gigolo de 1979, co-produção anglo-alemã dirigida por David Hemmings, em que é Paul von Pryzgodski, um oficial prussiano a retornar da Primeira Guerra Mundial, que é descoberto por uma Baronesa (Marlene Dietrich) que o convida a seu estábulo de gigolô.
Entre 1980 e 1981, fez o papel principal de O Homem Elefante, produção tetral da Broadway em que recebeu elogios por uma atuação expressiva.[78] Em Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo, filme biográfico de 1981 focando a dependência por drogas de uma jovem na Berlim ocidental, Bowie fez uma aparição como ele mesmo em um concerto na Alemanha. A trilha sonora do filme, Christiane F., traz algumas das canções dos álbuns da Trilogia de Berlim.[133] Em 1983, estreou The Hunger/Fome de Viver, filme de vampiros revisionista, com Catherine Deneuve e Susan Sarandon. Em Merry Christmas, Mr. Lawrence, do mesmo ano, dirigido por Nagisa Oshima e baseado no romance The Seed and the Sower de Laurens van der Post, Bowie representou o Major Jack Celliers, prisioneiro de guerra num campo de internamento japonês. Ryuichi Sakamoto, que também era músico, atuou como o comandante do campo que começa a se prejudicar pelos comportamentos bizarros de Celliers. Participou de uma cena do Yellowbeard de 1983, comédia sobre piratas criada pelo Monty Python, e em 1985 representou Colin, assassino de aluguel no filme Into the Night. Recusou retratar o vilão Max Zorin no filme 007 Na Mira Dos Assassinos/007 - Alvo Em Movimento do mesmo ano.[134]
Absolute Beginners (1986), musical de rock baseado no romance de Colin MacInnes de 1959 sobre a vida londrina, trazia música de Bowie mas lhe presenteou um papel de qualidade inferior. No mesmo ano, interpretou o andrógino Jareth, rei dos goblins, no filme fantástico Labirinto - A magia do tempo de Jim Henson.[135] Dois anos depois interpretou Pôncio Pilatos no filme A Última Tentação de Cristo de Martin Scorsese, em 1988. Em 1991, no The Linguini Incident, atuou como um descontente empregado de um restaurante que é o antagonista de Rosanna Arquette. No ano seguinte, foi o misterioso agente do FBI Phillip Jeffries em Twin Peaks - Os últimos dias de Laura Palmer (1992) de David Lynch. Retratou Andy Warhol, figura do qual havia conhecido na década de 70, no filme Basquiat, filme da biografia de Jean-Michel Basquiat, dirigido por Julian Schnabel. Co-estrelou no filme Il Mio West de Giovanni Veronesi em 1998 (lançado como Gunslinger's Revenge em 2005) como o pistoleiro mais temido da região.[136] Em 1999, interpretou o velho gangster Bernie em Everybody Loves Sunshine de Andrew Goth e fez uma breve aparição na série de horror televisiva The Hunger. Em Mr. Rice's Secret (2000), retratou o papel principal como vizinho de um doente terminal de doze anos de idade e, no ano seguinte, apareceu como si mesmo em Zoolander junto a outras personalidades famosas.
Em 2006, retratou Nikola Tesla, físico pioneiro na corrente alternada, no filme O Grande Truque/O Terceiro Passo co-estrelado por Christian Bale e Hugh Jackman, dirigido por Christopher Nolan e baseado no romance epistolar de Christopher Priest sobre a rivalidade entre dois mágicos no início do século XX. No mesmo ano, emprestou sua voz ao poderoso vilão Maltazard na animação Arthur e os Minimoys e também para o personagem Lord Royal Highness do desenho animado Bob Esponja: Calça Quadrada. No filme de 2008 August, dirigido por Austin Chick, Bowie atuou como coadjuvante no papel de Ogilvie, ao lado de Josh Hartnett e Rip Torn, no qual ele já havia trabalhado anteriormente em 1976 em The Man Who Fell to Earth.[137][138]
Orientação sexual
O biógrafo David Buckley escreve: "Se Ziggy confundia tanto seu criador quando sua audiência, grande parte dessa confusão se centrou sobre sexualidade."[139] Bowie se declarou bissexual numa entrevista para a Melody Maker em janeiro de 1972, momento em que coincide com suas primeiras tentativas de divulgar a primeira turnê de sua persona.[38] Em 1976, numa entrevista para a Playboy, Bowie declarou: "É verdade—sou bissexual. Mas não posso negar que eu sei disso muito bem. Acho que é a melhor coisa que já me aconteceu."[140]
No entanto, numa entrevista em 1983 para a Rolling Stones, Bowie voltou atrás e disse que sua declaração pública de bissexualidade tinha sido "o maior erro que já cometi", e, mais tarde, em outras ocasiões, afirmou que seu interesse pela cultura gay e bissexual derivava apenas de seus sentimentos e interesses na época; como escreve Buckley, Bowie nutria mais uma "compulsão pelo desrespeito aos códigos morais do que um verdadeiro estado biológico e psicológico de ser".[141][142]
Perguntado em 2002 pela Blender se ele ainda acreditava que sua declaração pública de bissexualidade era seu maior erro, respondeu:
- Interessante. [Pausa] Acho que não foi um grande erro na Europa, mas isso provocou muitas dores de cabeça nos Estados Unidos. Não tive nenhum problema com as pessoas que sabiam que eu era bissexual. Mas eu não tinha inclinação de levantar nenhuma bandeira ou ser representante de qualquer grupo. Eu sabia o que queria ser: compositor e intérprete, e sentia que a marca de bissexualidade me acompanhava há muito tempo. Os Estados Unidos são um lugar muito puritano e ele estava no meu caminho, em grande parte daquilo que eu queria fazer.[143]
A visão de Buckley é a de que Bowie foi um músico preocupado em quebrar tabus,[144] e escreve: "talvez seja verdade que Bowie nunca foi gay, e nem sempre foi um bissexual ativo... o que ele fez, de vez em quando, foi experimentar, de tempos em tempos, mesmo que sob o intuito de curiosidade e ingenuidade e de ser transgressivo, antinormativo."[145] O biógrafo Christopher Sandford, por sua vez, escreve que, de acordo com Mary Finnigan, com quem Bowie teve um caso em 1969, o cantor e sua primeira esposa Angie "viviam num mundo de fantasia e eles criaram sua fantasia bissexual."[146] Sandford também comenta que o músico gostava de contar uma piada que ambos se conheceram enquanto "comiam o mesmo sujeito" e afirma: "o sexo gay sempre foi uma questão anedótica e engraçada. É evidente que os gostos atuais de Bowie oscilaram para o outro lado se se notar o número de casos que teve com mulheres.[146]
Na recente biografia David Bowie - A Biografia, escrita por Marc Spitz, lançada originalmente em 2009 e em 2010 no Brasil, o biógrafo revela que, em sua adolescência, Bowie teve muitas experiências homossexuais (e cita uma frase que o cantor disse na entrevista de 76 da Playboy: "Quando fiz 14 anos, o sexo, de repente, se tornou relevante. Não importava realmente com quem ou como era, contanto que fosse uma experiência sexual. Não era difícil levar algum cara bonitinho da classe para casa e transar com ele"),[147] mas o biógrafo também reforça que suas declarações públicas não tinham outro intuito a não ser chamar a atenção para sua música e fazer marketing.[148]
Musicalidade
Vocal e instrumental
Homem de muitas vozes, Bowie têm explorado uma variedade muito grande de estilos musicais, desde suas primeiras gravações na década de 60. O musicólogo James Perone observa seu uso ininterrupto de oitavas em diferentes repetições da mesma melodia para efeitos dramáticos, usados, por exemplo, em sua primeira canção de sucesso, "Space Oddity", e logo depois em "Heroes"; Perone nota que "na parte mais baixa de seu registro vocal [...] sua voz apresenta uma riqueza parecida com a de um crooner."[149] Seu fascínio inicial pela Music hall expandiu-se e, durante sua carreira, ele aventurou-se em gêneros como o hard rock, heavy metal, soul, folk e pop psicodélico.[150]
Jo Thompson, instrutor de voz, escreve que sua técnica vocal de vibrato é "particularmente deliberada e distinta."[151] Schinder e Schwartz o consideram um vocalista "de capacidade técnica extraordinária, capaz de armar seu canto para determinado efeito."[152] Como escreve o biógrafo Michael Campbell, sua natureza de camaleão o permite apresentar uma variedade enorme de vozes de acordo com o momento e ele é capaz de mudar o seu vocal radicalmente de uma canção a outra.[153]
Bowie também toca diversos instrumentos; entre eles, a guitarra elétrica, o violão, o saxofone alto, contralto e barítono, teclado, incluindo piano, sintetizadores, mellotron, gaita, estilofone, xilofone, vibrafone, koto, bateria e percussão, além de outros instrumentos de cordas como a viola e o violoncelo.[154][155][156][157]
Composições
David Bowie é capaz de transformar suas aspirações e seus problemas pessoais em cultura popular e em canções como "Word on a Wing" de Station to Station, em que ele mesmo declara: "Havia dias de terror psicológico enquanto eu fazia o filme de Roeg que eu quase comecei a me aproximar do meu renascimento, nascer novamente. Foi a primeira vez que eu seriamente pensei acerca de Cristo e Deus, profundamente."[158] Suas composições são permeadas por letras filosóficas e literárias. Canções como "The Width of a Circle", "Quicksand" e "The Superman" recebem influência do Budismo, ocultismo, misticismo e principalmente do conceito de Übermensch de Friedrich Nietzsche.[159][160] A primeira possui um título irônico ("A Largura de um Circulo", aludindo ao ânus), cujo segundo parágrafo alude a um encontro sexual no Inferno com Deus, o Diabo ou outro ser sobrenatural, de acordo com as diferentes interpretações.[161][162][163] De fato, suas primeiras composições foram influenciadas por poesias e escritos de Aleister Crowley, William Hughes Mearns e H. P. Lovecraft,[164] além de "The Jean Genie" ser uma referência a Jean Genet.[165]
Não raro encontramos em suas músicas um novo mundo criado por ele. De fato, criou personagens como Major Tom, Ziggy Stardust e o The Thin White Duke. "Oh! You Pretty Things" de Hunky Dory (1971) alerta sobre "homens dourados" e crateras no céu e diz que devemos abrir caminho para o Homem Superior.[166] The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars é um dos melhores exemplos disso; um disco em torno de uma história de ficção científica criada pelo próprio Bowie.[167] "Five Years", por exemplo, conta desesperadamente que o mundo acabará a cinco anos,[168] e é um dos muitos exemplos de sua preocupação artística com o colapso da sociedade. Anos depois, em Outside, ele retomou a ideia de um álbum conceitual baseado em contos que escreveu e em personagens que havia criado.[169] O disco Heathen (2002) refletiu suas impressões em relação aos Ataques de 11 de setembro de 2001, com letras centradas na degradação da humanidade e do mundo.
Bowie logrou construir uma vasta carreira e também compôs várias canções de amor, como "Liza Jane" (sua primeira gravação musical), "Stay", "Let's Dance", "Heroes", que retrata um amor que supera qualquer diferença, mesmo as políticas e sociais, e que foi baseada em dois amantes que Bowie viu beijando-se em lados opostos ao do Muro de Berlim.[170] Além de lançar discos de tons e elementos fantásticos, como The Man Who Sold the World (1970), muitas de suas músicas criticam a sociedade, como "Fame" e "Life on Mars?" (certa vez disse que essa última referia-se à reação sensível de uma jovem diante da mídia e sobre os rumores que o povo conta de um lugar melhor para se viver),[171] e também satirizou o machismo e a sexualidade em "Boys Keep Swinging", faixa de Lodger (1979). Para concluir, Reality (2003) faz uma reflexão sobre toda sua carreira e na faixa título ele canta: "Acertei, errei/estou de volta ao começo/procurei um sentido e não cheguei a nada/Hey garoto, bem-vindo à realidade" num som pesado movido a três guitarras, bateria e baixo sincopado como os rocks energéticos de suas fases do passado.[111]
Legado
A influência de David Bowie é imensa, musical e socialmente. Suas canções e as apresentações inovadoras trouxeram uma nova dimensão para a música popular do começo da década de 70, influenciando fortemente tanto suas formas imediatas como seu desenvolvimento posterior. Pioneiro do glam rock, de acordo com vários críticos Bowie criou o gênero ao lado de Marc Bolan.[172] O biógrafo David Buckley considera que, nessa época, ele surgiu como a última estrela pop de todos os tempos e que nenhuma outra veio a existir após dele; sua produção musical durante a década criou um dos maiores cultos da cultura pop.[1] De acordo com diversos autores, por exemplo, ao incorporar personas andróginas como Ziggy Stardust e Aladdin Sane na era do glam rock nos anos 70, Bowie recriou uma classe adolescente independente na época e também auxiliou movimentos como a libertação gay.[173][174] Nessa era, sua postura ajudou a criar novas modas e jeitos de se vestir nas cenas de rock e música, apresentando roupas que ainda interessam as pessoas de hoje em dia.[175][176]
Musicalmente, Bowie também tem sido muito influente. The Man Who Sold the World (1970), por exemplo, influenciou elementos do goth rock, darkwave e da ficção científica de bandas como Siouxsie and the Banshees, The Cure, Gary Numan, John Foxx e Nine Inch Nails.[177] Kurt Cobain do Nirvana colocou essa álbum em 45º lugar na sua lista de 50 discos favoritos.[178] Em 1993, o grupo grunge regravou sua faixa-título em seu MTV Unplugged in New York. Após a era do glam rock, Bowie lançou álbuns como Diamond Dogs (1974), cujo som pesado e temática de caos urbano antecipava a revolução punk de bandas como The Germs e Sex Pistols que tomariam espaço nos anos finais da década de 70.[179] Ao mesmo tempo, por inspirar os primeiros artistas do movimento, Bowie tornou-se "uma das influências mais seminais do punk", nas palavras do biógrafo Michael Campbell. David Buckley escreve: "Numa época em que o punk rock reclamava de uma canção de três minutos num concerto de desafio público, Bowie quase que completamente já havia abandonado a instrumentação tradicional do rock."[180][181] Mesmo após essa revolução sua obra inspirou outros. Em 1976, o valorizado Station to Station exerceu enorme influência no pós-punk, principalmente na Magazine.[182][183] No ano seguinte, "Heroes" (1977) da 'Trilogia de Berlim' serviu de base para John Lennon e Yoko Ono produzirem seu último álbum juntos, Double Fantasy (1980).[184][185]
Sua carreira na década seguinte, especialmente a canção "Ashes to Ashes" e seu vídeo clipe, providenciou as bases para um novo movimento musical da época, chamado New Romantic, influenciando artistas como Blitz Kids, Keanan Duffty, e Steve Strange.[186][187] De fato, diversos críticos têm escrito que tal canção era considerada o hino dos músicos do New Romantic.[188] Em 1986, Joey Santiago introduzia a música de Bowie e bandas de punk rock a Black Francis, e assim nascia o Pixies.[189]
A influência de David Bowie continua nos dias de hoje, mesmo em artistas de diversos gêneros e países. Podemos citar Mark Ronson,[190] Brandon Flowers (do The Killers),[190] Paul Weller,[190] Marilyn Manson (Bowie é a maior influência deles),[191] Boy George, Groove Armada,[192] Spacehog, Neïmo, Arckid, Stacey Q,[193] Buck-Tick,[194] Lady Gaga,[195] e muitos outros. Em 2010, Bono Vox do U2 declarou: "O que Elvis foi para os Estados Unidos, Bowie foi para a Inglaterra e Irlanda. Uma completa mudança de consciência".[196]
Thomas Forget certa vez escreveu: "Por ter se sucedido em vários estilos musicais diferentes, é quase impossível encontrar um artista popular hoje em dia que não tenha sido influenciado por David Bowie."[197] Além disso, certos críticos também escrevem que David Bowie legou determinada sofisticação à música rock e sua obra tem sido constantemente considerada como de profunda qualidade intelectual.[172][198][199]
Prêmios e reconhecimentos
O sucesso de 1969 "Space Oddity" levou-o a receber um Ivor Novello especial por sua originalidade.[200] Por sua atuação no filme de ficção científica The Man Who Fell to Earth de 1976 ele ganhou um Prêmio Saturn de Melhor Ator.[201] Nas décadas seguintes, foi agraciado com diversos prêmios especializados em música por suas canções e seus vídeo clipes recebendo, entre outros, dois Grammy Award[202][203] e dois Brit Awards.[204]
Em 1999, Bowie foi convidado a ser Comandante da Ordre des Arts et des Lettres do governo da França.[205] No mesmo ano, recebeu um doutorado honorário da Berklee College of Music.[206] Em 2000, recusou a condecoração de Ordem do Império Britânico e, em 2003, recusou tornar-se Cavaleiro da Ordem do Império Britânico,[207] declarando: "Nunca tive a intenção de aceitar algo como isso. Realmente não sei para que serve. Não foi para isso que passei minha vida trabalhando."[208]
Ao longo de sua carreira, Bowie já vendeu um estimado de 136 milhões de álbuns.[209] No Reino Unido, já foi classificado com 9 discos de platina, 11 de ouro e 8 de prata e, nos Estados Unidos, 5 discos de platina e 7 de ouro.[210][211] Em 2002, numa pesquisa popular da BBC chamada 100 Greatest Britons ("Os 100 Maiores Britânicos"), ficou em 29º lugar.[209] Em 2004, a revista Rolling Stones, consultando críticos e especialistas na área musical, classificou-o na 39ª posição em sua lista de 100 Maiores Artistas do Rock de Todos os Tempos,[212] e na 23ª posição na lista de melhores cantores de todos os tempos.[213]
Bowie entrou para o Rock and Roll Hall of Fame em 17 de janeiro de 1996.[101]
Discografia
- David Bowie (1967)
- Space Oddity (1969)
- The Man Who Sold the World (1970)
- Hunky Dory (1971)
- The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (1972)
- Aladdin Sane (1973)
- Pin Ups (1973)
- Diamond Dogs (1974)
- Young Americans (1975)
- Station to Station (1976)
- Low (1977)
- "Heroes" (1977)
- Lodger (1979)
- Scary Monsters (and Super Creeps) (1980)
- Let's Dance (1983)
- Tonight (1984)
- Never Let Me Down (1987)
- Black Tie White Noise (1993)
- The Buddha of Suburbia (1993)
- Outside (1995)
- Earthling (1997)
- 'Hours...' (1999)
- Heathen (2002)
- Reality (2003)
- The Next Day (2013)
Ver também
- 100 Greatest Britons
- Discografia de David Bowie
- Lista de turnês de David Bowie
- Filmografia de David Bowie
- Lista de recordistas de vendas de discos
Referências
- ↑ a b c d Buckley (2005): pp. 516–17, 524, 529
- ↑ Hume, John et al. Britain & Ireland: Lives Entwined III. [S.l.]: British Council, 2008. p. 127. ISBN 978-0863556128
- ↑ Sandford (1997): pp. 9–16
- ↑ a b Sandford (1997): pp. 18–19
- ↑ Buckley (2000): p. 21.
- ↑ a b c Sandford (1997): pp. 19–20
- ↑ Doggett, Peter. (January 2007). "Teenage Wildlife". Mojo Classic (60 Years of Bowie): 8–9. Mojo.
- ↑ a b Sandford (1997): pp. 21–22
- ↑ Sandford (1997): p. 25
- ↑ Evans, Mike. Rock 'n' Roll's Strangest Moments: Extraordinary Tales from Over Fifty Years. [S.l.]: Anova Books, 2006. p. 57. ISBN 978-1861059239
- ↑ Buckley (2005): p.19
- ↑ Sandford (1997): p. 28
- ↑ a b Sandford (1997): pp. 29–30
- ↑ Sandford (1997): pp. 35–39
- ↑ Buckley (2000): p. 33
- ↑ Sandford (1997): pp. 41–42
- ↑ a b Buckley (2005): pp. 41–42
- ↑ Buckley (2005): p. 46
- ↑ Buckley (2005): pp. 49–52
- ↑ a b Sandford (1997): pp. 49–50
- ↑ a b Sandford (1997): p. 53
- ↑ McKay, George. Senseless Acts of Beauty: Cultures of Resistance. [S.l.]: Verso, 1996. p. 188. ISBN 978-1859849088
- ↑ Sandford (1997): p. 60
- ↑ Sandford (1997): pp. 54–60
- ↑ a b c Sandford (1997): pp. 62–63
- ↑ a b Sandford (1997): p. 67
- ↑ a b c Sandford (1997): pp. 73–74
- ↑ Pegg (2000): pp. 260–65
- ↑ Buckley (2005): pp. 95–99
- ↑ Sandford (1997): p. 80
- ↑ Sandford (1997): pp. 85–86
- ↑ a b Buckley (2005): pp. 135–36
- ↑ Sandford (1997): pp. 93–95
- ↑ Buckley (2000): p. 156
- ↑ Pegg (2004): pp. 281–83
- ↑ Sandford (1997): p. 108
- ↑ Sandford (1997): pp. 106–7
- ↑ a b Carr & Murray (1981): p. 7
- ↑ Carr & Murray (1981): p. 116
- ↑ Buckley (2005): p. 163
- ↑ Sandford (1997): p. 115
- ↑ Buckley (2005): p. 3
- ↑ Buckley (2005): pp. 180–83
- ↑ a b Buckley (2005): pp. 204–5
- ↑ Sandford (1997): p. 128
- ↑ Sandford (1997): p. 138
- ↑ Carr & Murray (1981): pp. 68–74
- ↑ Carr & Murray (1981): pp. 68–74
- ↑ Sandford (1997): p. 146
- ↑ Roberts, David (ed.). Guinness World Records: British Hit Singles. [S.l.]: Guinness World Records Ltd, 2001. p. 120. ISBN 0-85156-156-X
- ↑ a b Sandford (1997): pp. 135–36
- ↑ Sandford (1997): pp. 137, 153
- ↑ Buckley (2005): p. 238
- ↑ Buckley (2005): p. 244
- ↑ a b Sandford (1997): p. 158
- ↑ Buckley (2000): pp. 289–91.
- ↑ Paytress, Mark. (January 2007). "The Controversial Homecoming". Mojo Classic (60 Years of Bowie). Mojo.
- ↑ Buckley (2000): pp. 289–291.
- ↑ Carr & Murray (1981): p. 11.
- ↑ Buckley (2005): p. 252
- ↑ Sandford (1997): pp. 154–55
- ↑ Sandford (1997): p. 149
- ↑ Needs, Kris. (January 2007). "The Passenger". Mojo Classic (60 Years of Bowie). Mojo.
- ↑ Sandford (1997): pp. 166–68
- ↑ Perone (2007): p. 175
- ↑ Thomson (1993): p. xiii
- ↑ Pegg (2000): pp. 90–92
- ↑ Sandford (1997): pp. 181–82
- ↑ Bronson, Fred. The Billboard Book of Number 1 Hits. [S.l.]: Billboard Books, 1990. p. 572. ISBN 0-823-07677-6
- ↑ Buckley (2005): p. 293
- ↑ Sandford (1997): p. 189
- ↑ Carr & Murray (1981): pp. 102–7
- ↑ Buckley (2005): p. 281
- ↑ Sandford (1997): pp. 191–92
- ↑ Sandford (1997): p. 197
- ↑ Pegg (2000): p. 29
- ↑ Carr & Murray (1981): pp. 108–14
- ↑ a b Sandford (1997): pp. 205–7
- ↑ Sandford (1997): pp. 208, 211–12
- ↑ a b Buckley (2005): pp. 335–55
- ↑ Buckley (2005): pp. 165–66
- ↑ McNair, James. (January 2007). "Tumble & Twirl". Mojo Classic (60 Years of Bowie). Mojo.
- ↑ Fyfe, Andy. (January 2007). "Too Dizzy". Mojo Classic (60 Years of Bowie): 88–91. Mojo.
- ↑ Buckley (2005): p. 387
- ↑ Sandford (1997): p. 274
- ↑ a b Sandford (1997): p. 275
- ↑ Sandford (1997): p. 273
- ↑ Buckley (2005): p. 394
- ↑ Sandford (1997): pp. 278–79
- ↑ Sandford (1997): p. 278
- ↑ Sandford (1997): pp. 280–86
- ↑ Sandford (1997): p. 289
- ↑ Sandford (1997): p. 292
- ↑ Sandford (1997): pp. 294–95
- ↑ Sandford (1997): pp. 298–99
- ↑ Buckley (2005): pp. 413–14
- ↑ Sandford (1997): pp. 301–8
- ↑ Buckley (2000): pp. 494–95, 623
- ↑ Buckley (2000): pp. 623–24
- ↑ Buckley (2000): pp. 512–13
- ↑ a b David Bowie: Rock and Roll Hall of Fame Induction. rockhall.com. Rock and Roll Hall of Fame. Página visitada em 16 September 2010.
- ↑ Buckley (2000): pp. 533–34
- ↑ Thompson (2006): p. 203
- ↑ Thompson (2006): pp. 203, 212
- ↑ Buckley (2005): p. 466
- ↑ Perone (2007): p. 125
- ↑ Buckley (2005): pp. 488–89
- ↑ Buckley (2005): p. 485
- ↑ Buckley (2005): p. 491
- ↑ Buckley (2005): pp. 493–95
- ↑ a b (em português) Ivan Claudio. "Jovialidade sem botox" (September 24, 2003). Retrieved on November 13, 2010.
- ↑ "BBC News", BBC News, 9 July 2004. Página visitada em 28 June 2010.
- ↑ Buckley (2005): pp. 504–5
- ↑ Buckley (2004): p. 16
- ↑ Perone (2007): p. 142
- ↑ Thompson (2006): pp. 291–92
- ↑ (June 2006) "Space Is the Place: Innovative Brooklyn rockers blast off to the future". Spin. Spin Media LLC.
- ↑ Lamb, Charles W.; Hair, Joseph F.; McDaniel, Carl. Marketing. [S.l.]: South-Western College Pub, 2007. p. 472. ISBN 978-0324362084
- ↑ Stone, Andrew. Denmark. [S.l.]: Lonely Planet, 2008. p. 46. ISBN 978-1741046694
- ↑ Thompson (2006): p. 293
- ↑ Yuan, Jada (1 May 2006). David Bowie Takes Time Off, Sneaks Into Movies. New York Magazine. Página visitada em 16 September 2010.
- ↑ Gulla, Bob. Guitar Gods: The 25 Players Who Made Rock History. [S.l.]: Greenwood, 2008. p. 95. ISBN 978-0313358067
- ↑ Mitchell, Gail. (November 2009). "The Elements of Style". Billboard. Billboard.com.
- ↑ Schinder & Schwartz (2007): p. 500
- ↑ Marchese, David. (May 2008). "The Inquisition: Scarlett Johansson". Spin. Spin Media LLC.
- ↑ "David Bowie to release "Space Oddity" multi-tracks to celebrate moon landing", NME News, 6 July 2009. Página visitada em 2 September 2010.
- ↑ Diver, Mike (5 February 2010). David Bowie A Reality Tour Review. bbc.co.uk. Página visitada em 2 September 2010.
- ↑ http://www.davidbowie.com/the-next-day
- ↑ Buckley (2005): p. 526
- ↑ Buckley (2005): p. 2
- ↑ Sandford (1997): p. 43
- ↑ a b Buckley (2005): p. 49
- ↑ Sandford (1997); p. 208
- ↑ Pegg (2004) p. 561.
- ↑ Sandford (1997): pp. 252–53
- ↑ Thompson (2006): p. 195
- ↑ August. imdb.com. Página visitada em 14 de setembro, 2010.
- ↑ The Man Who Fell to Earth. imdb.com. Página visitada em 14 de setembro, 2010.
- ↑ Buckley (2005): p. 140
- ↑ (em inglês) Interview: David Bowie. Playboy (Setembro de 1976). Página visitada em 14 September 2010.
- ↑ Buckley (2000): p. 401
- ↑ Buckley (2005): p. 106
- ↑ Collis, Clark. "Dear Superstar: David Bowie", blender.com, Alpha Media Group Inc, August 2002. Página visitada em 16 September 2010.
- ↑ Buckley (2005): p. 141
- ↑ Buckley (2005): p. 147
- ↑ a b Sandford (1997): p. 48
- ↑ Barros, Ana Paula de (26 de novembro de 2010). David Bowie, para ler no último volume. Estadão. Página visitada em 9 de janeiro, 2010..
- ↑ Hélio Filho (30/04/2010). "Biografia de David Bowie diz que bissexualidade era marketing". Mix Brasil. Página visitada em 9 de janeiro, 2010.
- ↑ Perone (2007) p. 12
- ↑ Perone (2007): pp. 22, 36–37
- ↑ Thompson, Jo. Find Your Voice: A Self-Help Manual for Singers. [S.l.]: Artemis Editions, 2004. p. 76. ISBN 978-0634074356
- ↑ Schinder & Schwartz (2007): p. 483
- ↑ Campbell (2008): p. 254
- ↑ Thompson (2006): p. 346
- ↑ Hopkins, Jerry. Bowie. [S.l.]: MacMillan, 1985. p. 239. ISBN 978-0025537309
- ↑ Perone (2007): pp. 17–44, 152–60
- ↑ Buckley (2004): p. 48
- ↑ Pegg, 2006, p.246.
- ↑ Pegg, 2000, pp.209-210.
- ↑ Carr e Murray, 1981, p.41.
- ↑ Buckley, 1999, p.101.
- ↑ Martin Aston (2007). "Scary Monster", MOJO 60 Years of Bowie: pp.24-25.
- ↑ Carr e Murray, 1981, p.28.
- ↑ Buckley, 1999, p.100.
- ↑ Carr e Murray, 1981, p.52.
- ↑ Ned Raggett. [1]. Allmusic. Acesso: 15 de janeiro, 2011.
- ↑ Burroughs live: the collected interviews of William S. Burroughs, 1960-1997. [S.l.]: Semiotext(e), 2001. p. 231. Página visitada em 2010-11-05.
- ↑ Buckley, 2004, p.16.
- ↑ Roberts, Chris. (October 1995). "Action Painting". Ikon.
- ↑ Buckley (1999), pp.323-326
- ↑ Pegg, 2002, p.109.
- ↑ a b Schinder & Schwartz (2007): p. 482
- ↑ Ditmore (2006): p. 408.
- ↑ Cole (2000): pp.744-753.
- ↑ "Glam rock", Allmusic. Consultado em 26/06/09.
- ↑ Filicky, Brad. (10 June 2002). "Reviews; David Bowie: Heathen". CMJ New Music Report 71 (766). CMJ.
- ↑ Buckley (1999): pp. 99-105.
- ↑ Kurt's Journals - His Top 50 Albums. www.nirvanaclub.com. Acesso: 14 de janeiro, 2011.
- ↑ Carr & Murray (1981): p.64.
- ↑ Campbell (2008) p. 304
- ↑ Buckley (2004): p. 45
- ↑ Erlewine, Stephen Thomas. "Station to Station Review". Allmusic. Acesso: 14 de janeiro, 2011.
- ↑ Carr & Murray (1981): 78–80.
- ↑ Pegg (2000): pp.307-309.
- ↑ Sandford (1996, 1997): pp.182-193.
- ↑ Buckley (1999): pp.366-369.
- ↑ Keanan Duffty. "Gotham style". New York Magazine.
- ↑ Rimmer, Dave. New Romantics: The Look (2003), Omnibus Press, ISBN 0-7119-9396-3.
- ↑ "Pixies Profile". 4AD. Acesso: 14 de janeiro, 2011.
- ↑ a b c "Paul Weller, Mark Ronson and Brandon Flowers hail David Bowie's influence" (29 de setembro, 2010). NME. Acessado em 22 de janeiro, 2010.
- ↑ Ankeny, Jason. "Marilyn Manson. Allmusic. Accessed December 1, 2005.
- ↑ Andy Cato quote.Acesso: 14 de janeiro, 2011.
- ↑ "The Stacey Q & A" at OldSchool4Life.com. Acesso: 14 de janeiro, 2011.
- ↑ LOVE ME, Yasue Matsuura, Takao Nakagawa; Shinko Music Publishing Company, Ltd. 1989. ISBN4-401-61275-2.
- ↑ Thrills, Adrian (2009-01-09). "Why the world is going gaga for electro-pop diva Stefani". Daily Mail (Associated Newspapers). Acesso: 14 de janeiro, 2011.
- ↑ Jason Gregory (23 Nov 2010). "U2's Bono Compares David Bowie To Elvis". Gig Wise. Acesso: 12 de janeiro, 2010.
- ↑ Forget, Thomas. David Bowie (Rock & Roll Hall of Famers). [S.l.]: Rosen Publishing Group, 2002. p. 7. ISBN 978-0823935239
- ↑ Perone (2007): p. 183
- ↑ Paytress, Mark. Bolan: The Rise and Fall of a 20th Century Superstar. [S.l.]: Omnibus Press, 2003. p. 218. ISBN 978-0711992931
- ↑ Ivor Novello Awards. buckmusicgroup.com. Bucks Music Group. Página visitada em 16 de setembro de 2010.
- ↑ Past Award Winners. saturnawards.org. The Academy of Science Fiction Fantasy & Horror Films. Página visitada em 11 de setembro, 2010.
- ↑ Grammy Award Winners. Grammy.com. National Academy of Recording Arts & Sciences, Inc. Página visitada em 16 de setembro, 2010.
- ↑ Lifetime Achievement Award: Past Recipients. Grammy.com. National Academy of Recording Arts & Sciences, Inc. Página visitada em 16 de setembro, 2010.
- ↑ David Bowie. brits.co.uk. Brit Awards Ltd. Página visitada em 11 de setembro, 2010.
- ↑ Lichfield, John. "The Big Question: How does the French honours system work, and why has Kylie been decorated?", The Independent, 8de maio, 2010. Página visitada em 17 de setembro, 2010.
- ↑ ChChChChanges. berklee.edu. Berklee College of Music. Página visitada em 17 de setembro, 2010.
- ↑ Thompson, Jody. "Sixty things about David Bowie", (No. 35): BBC News, 8 de janeiro, 2007. Página visitada em 17 de setembro, 2010.
- ↑ Mohan, Dominic. "Exclusive: Bowie refuses knighthood", The Sun, 12 de setembro, 2003. Página visitada em 11 de dezembro, 2010.
- ↑ a b Todd, Ben (27 November 2009). David Bowie asked to play at Glastonbury for third time to mark 40th anniversary. The Daily Mail. Página visitada em 11 September 2010.
- ↑ Gold and Platinum: Search Results. riaa.com. Recording Industry Association of America. Página visitada em 12 September 2010.
- ↑ Certified Awards Search. bpi.co.uk. British Phonographic Industry. Página visitada em 12 September 2010.
- ↑ The 100 Greatest Artists of All Time. Rolling Stone (15 April 2004). Página visitada em 14 September 2010.
- ↑ The 100 Greatest Singers of All Time. Rolling Stone. Página visitada em 14 September 2010.
Bibliografia
- Buckley, David. Strange Fascination — David Bowie: The Definitive Story. London: Virgin, 2000. ISBN 075350457X
- Buckley, David. David Bowie: The Complete Guide To His Music. [S.l.]: Omnibus Press, 2004. ISBN 978-1844494231
- Buckley, David. Strange Fascination — David Bowie: The Definitive Story. London: Virgin, 2005. ISBN 978-0753510025
- Campbell, Michael. Popular Music in America: And The Beat Goes On. [S.l.]: Schirmer, 2008. ISBN 978-0495505303
- Carr, Roy; Murray, Charles Shaar. Bowie: An Illustrated Record. New York: Avon, 1981. ISBN 0380779668
- Cole, Shaun. 'Don we now our gay apparel': gay men's dress in the twentieth century. London: Berg, 2000. ISBN 1859734154
- Ditmore, Melissa Hope. Encyclopedia of prostitution and sex work, Volume 2. [S.l.]: Greenwood Publishing Group, 2006. ISBN 0313329702
- Pegg, Nicholas. The Complete David Bowie. London: Reynolds & Hearn, 2004. ISBN 1903111730
- Perone, James E.. The Words and Music of David Bowie. [S.l.]: Praeger, 2007. ISBN 978-0275992453
- Sandford, Christopher. Bowie: Loving the Alien. [S.l.]: Time Warner, 1997. ISBN 0306808544
- Schinder, Scott; Schwartz, Andy. In: Scott. Icons of Rock: An Encyclopedia of the Legends Who Changed Music Forever. Westport, Connecticut: Greenwood Press, 2007. ISBN 978-0313338458
- Thomson, Elizabeth. The Bowie Companion. [S.l.]: Macmillan, 1993. ISBN 0283062622
- Thompson, Dave. Hallo Spaceboy: The Rebirth of David Bowie. [S.l.]: Ecw Press, 2006. ISBN 978-1550227338
- Leitura complementar
- Seabrook, Thomas Jerome, Bowie in Berlin: A New Career in a New Town, Jawbone Press, 2008.
- Spitz, Marc, Bowie: A Biography, Crown Publishers, 2009.
- Tremlett, George, David Bowie: Living on the Brink, Carroll and Graf, 1997.
- Waldrep, Shelton, "Phenomenology of Performance", The Aesthetics of Self-Invention: Oscar Wilde to David Bowie, University of Minnesota Press, 2004.
- Welch, Chris, David Bowie: We Could Be Heroes: The Stories Behind Every David Bowie Song, Da Capo Press, 1999.
- Wilcken, Hugo, 33⅓: David Bowie's Low, Continuum, 2005.
Ligações externas
- Página oficial (em inglês)
- Página oficial no MySpace (em inglês)
- Bowieart - pinturas, desenhos, etc. (em inglês)
- Bowie, David no Open Directory Project (em inglês)
- David Bowie no Allmusic (em inglês)
- David Bowie no Allmovie (em inglês)
| The Smiths | |
|---|---|
| Informação geral | |
| Origem | Manchester, Inglaterra |
| País | |
| Gênero(s) | Rock alternativo, indie rock, indie pop, pós-punk, |
| Período em atividade | 1982 - 1987 |
| Gravadora(s) | Rough Trade, EMI, Warner |
| Integrantes | |
| Morrissey Johnny Marr Andy Rourke Mike Joyce | |
The Smiths foi uma banda inglesa de rock alternativo formada em Manchester em 1982. Tendo como principal característica a parceria nas composições de Morrissey (vocal) e Johnny Marr (guitarras), a banda também incluía Andy Rourke no baixo e Mike Joyce como baterista. Os críticos consideram a banda como sendo a mais importante banda de rock alternativo a surgir nos anos 80[1][2]. A banda assinou com o selo Rough Trade Records, pelo qual eles lançaram quatro álbuns, várias coletâneas e diversos singles. Embora alcançado pouco sucesso comercial fora do Reino Unido nos seus anos de atividade, e nunca lançando um single que alcançasse o Top 10 na Inglaterra, a banda conquistou grande sucesso nos anos decorrentes, mantendo-se nas prateleiras das lojas até os dias de hoje. A banda encerrou suas atividades em 1987, negando várias propostas de uma eventual reunião.
Índice |
História
Formação e primeiros singles
A banda foi formada no começo de 1982 por Steven Patrick Morrissey, um escritor que era grande fã de New York Dolls e breve vocalista da banda de punk rock The Nosebleeds e pelo guitarrista e compositor John Maher, sendo que este posteriormente alterou o seu nome para Johnny Marr para não ser confundindo com o baterista da banda Buzzcocks, enquanto Morrissey utilizava apenas seu sobrenome para se apresentar. Após gravar várias várias fitas demo com Simon Wolstencroft (que veio a integrar a banda The Fall) na bateria, Morrissey e Marr recrutaram no lugar de Wolstencroft o baterista Mike Joyce no outono de 1982, tendo este um histórico dentro do punk nas bandas The Hoax e Victim. Além de Joyce, também entra para a banda o baixista Dale Hibbert, que trabalhava como engenheiro de gravação em um estúdio, o que possibilitava que a banda gravasse fitas demo[3]. Porém após um show um amigo de Marr, Andy Rourke, assume o posto de baixista pois, segundo Marr, nem a personalidade e tampouco a maneira como Hibbert tocava se encaixava no estilo da banda.
O nome da banda foi escolhido em parte como uma maneira de contrapor os nomes usados por bandas de synthpop como Orchestral Manoeuvres in the Dark e Spandau Ballet, pois a banda tais nomes soavam pretensiosos demais. Em uma entrevista datada de 1984, Morrissey afirma que escolheu o nome "The Smiths" "... porque dos nomes, era o mais comum" e porque ele pensou que "era o momento em que as pessoas comuns mostravam seus rostos."[4]. Pelo selo Rough Trade Records lançam em Maio de 1983 o seu primeiro single "Hand in Glove". Esse primeiro single foi aclamado pelo conhecido influente DJ da Rádio BBC John Peel, assim como todos os singles posteriores. Contudo, o single não alcançou uma posição favorável no UK Singles Chart. A seguir, os singles "This Charming Man" e "What Difference Does It Make?" conseguiram melhores posições - 25 e 12, respectivamente - no UK Singles Chart[5].
The Smiths
Em fevereiro de 1984, o grupo lançou seu primeiro álbum com o mesmo nome do grupo, The Smiths. Este chegou a número dois no UK Albums Chart e foi aclamado pela crítica. O disco foi motivo de alguma controvérsia por causa das músicas "Reel Around the Fountain" e "The Hand That Rocks the Cradle", com alguns tablóides britânicos alegando que as músicas evocavam elementos condenscentes a pedofilia, algo rejeitado e negado pelo grupo.
O álbum foi seguido no mesmo ano pelo lançamento dos singles "Heaven Knows I'm Miserable Now" e "William, It Was Really Nothing", que contou com "How Soon Is Now?" no seu lado-B. "Heaven Knows I'm Miserable Now" foi o primeiro single da banda a alcançar o TOP 10 da UK Charts. Também representa um momento significativo por marcar o início do relacionamento entre o produtor Stephen Street e a banda.[6] . Porem uma música no lado b deste single procovou nova polêmica: "Suffer Little Children", que tinha como tema uma série de assassinatos de crianças e adolescentes ocorridos em Manchester nos anos 60, crimes esses cometidos pelo casal Ian Brady e Myra Hindley. Os assassinatos ficaram conhecidos na Inglaterra como "Moors Murders". Isso causou um desentendimento depois que o avô de uma das crianças assassinadas ouviu a música e entendeu que a banda estava tentando comercializar os assassinatos. Após o encontro com Morrissey, ele aceitou que a canção era uma exposição sincera sobre o impacto dos assassinatos. Morrissey posteriormente estabeleceu uma amizade com Ann West, a mãe da vítima Lesley Ann Downey, que é mencionado por nome na música.[7][8]
O ano terminou com o lançamento da coletânea Hatful of Hollow, uma compilação de singles já lançados, B-sides e versões de músicas que foram gravadas ao longo do ano anterior para apresentações em programas de rádio de John Peel e David Jensen.
Meat Is Murder
No início de 1985, a banda lançou seu segundo álbum, Meat Is Murder. Este álbum foi mais estridente e político do que seu antecessor, incluindo a faixa título que evoca o ativismo vegetariano (Morrissey proibiu o resto do grupo, de ser fotografado comendo carne). Neste álbum as músicas abordam diferentes expressões, tal como a crítica a monarquia britância em "Nowhere Fast", ou o castigo corporal nas escolas e em casa nas letras de "The Headmaster Ritual" e "Barbarism Begins at Home". A banda também tinha crescido musicalmente e adota um tom mais aventureiro, com Marr acrescentando riffs de rockabilly, como em "Rusholme Ruffians", ou então nas linhas de funk produzidas pelo baixista Andy Rourke em "Barbarism Begins at Home". O álbum foi precedido pelo re-lançamento do B-side "How Soon is Now?" e, apesar desta canção não fazer parte do LP original, foi adicionada em lançamentos subseqüentes. Meat Is Murder foi o único álbum da banda (exceto coletâneas) a alcançar o número um nas paradas do Reino Unido[5].
Morrissey sempre apresentava uma postura política em suas entrevistas, sempre resultando em controvérsias. Seus alvos prediletos eram o governo Thatcher, a monarquia britância e o projeto Band Aid. Morrissey certa vez afirmou sobre o último tema: "Uma pessoa pode ter uma grande preocupação com o povo da Etiópia, mas é outra maneira de infligir tortura diária sobre o povo da Inglaterra[9]." Posteriormente é lançado o single "Shakespeare's Sister" alcançou a posição 26 no UK Singles Chart, enquanto que o único single retirado do álbum, "That Joke Isn't Funny Anymore", alcançou apenas o top 50[5].
The Queen is Dead
Durante 1985, a banda completou passeios longos do Reino Unido e os EUA durante a gravação do próximo disco de estúdio, The Queen Is Dead. O álbum foi lançado em Junho de 1986, pouco depois do single "Bigmouth Strikes Again". O single traz novamente estridente Marr ritmos violão e levar linhas de guitarra melodia com saltos de largura. The Queen Is Dead alcançou o número dois nas paradas do Reino Unido, e consistia em uma mistura de tristeza mordente (por exemplo, "Never Had No One Ever", que parecia jogar até os estereótipos da banda), o humor seco (p.ex. "Frankly Sr. Shankly", supostamente uma mensagem ao chefe Rough Trade Geoff Travis disfarçado como uma carta de demissão de um trabalhador ao seu superior), e síntese de ambos, como em "There Is a Light That Never Goes Out" e "Cemetery Gates".
No entanto, nem tudo estava bem dentro do grupo. Uma disputa legal com a Rough Trade tinha atrasado o álbum em quase sete meses (que tinha sido concluído em Novembro de 1985), e Marr estava começando a sentir o stress de esgotar a turnê da banda e agenda de gravação. Ele disse mais tarde no NME "mau para o desgaste não era a metade disso:.. Eu estava muito doente Quando a turnê acabou, na verdade foi tudo ficando um pouco perigoso ... Eu estava apenas bebendo mais do que eu poderia aguentar." Entretanto, Rourke foi demitido da banda no início de 1986 devido ao uso de heroína. Ele teria recebido aviso de sua demissão através de um Post-it grudado no pára-brisa de seu carro. Ele lê, "Andy... Você deixou o The Smiths. Adeus e boa sorte, Morrissey". Morrissey, no entanto, nega. Rourke foi substituído no baixo por Craig Gannon (ex-membro da banda escocesa Camera Aztec New Wave), mas foi reintegrado depois de apenas uma quinzena. Gannon permaneceu na banda, e foi para a guitarra rítmica. Este quinteto gravou o singles "Panic" e "Ask" (este último com Kirsty MacColl nos vocais de apoio), que chegou a número 11 e 14, respectivamente, no UK Singles Chart e excursionou no Reino Unido. Após a turnê,que terminou em Outubro de 1986, Gannon saiu da banda. O grupo tornou-se frustrado com a Rough Trade e procurou um contrato com uma grande gravadora. Marr disse à NME no início de 1987: "Todo rótulo único, veio nos ver. Foi papo, subornos, o número inteiro. Eu gostei muito." A banda finalmente assinou com a EMI, que atraiu críticas dos seus fãs e de elementos da imprensa musical.
Strangeways, Here We Come e Rompimento
No início de 1987, o single "Shoplifters do World Unite" foi lançado e alcançou o número 12 no UK Singles Chart. Foi seguido por uma segunda compilação, The World Won't Listen - o título foi o comentário de Morrissey sobre sua frustração com a falta de reconhecimento da banda no mainstream, embora o álbum tenha alcançado o número dois nas paradas - e o single "Sheila Take a Bow", o segundo da banda (e último durante a vida da banda) no Reino Unido atingir o Top 10. Outra compilação, Louder Than Bombs, foi destinado ao mercado externo e coberto no mesmo material de The World Won't Listen, com a adição de "Sheila Take a Bow" e material de Hatful of Hollow, inicialmente para ser lançada apenas nos EUA.
Apesar de seu sucesso continuado, uma variedade de tensões surgiram dentro da banda. Johnny Marr estava exausto e à beira do alcoolismo, e fez uma pausa da banda em junho de 1987, que ele sentiu foi negativamente percebida pelo Smiths. Em julho de 1987, Marr deixou o grupo definitivamente porque achava um artigo NME intitulada "The Smiths se separam" foi plantada por Morrissey, quando na verdade não era. Este artigo, escrito por Danny Kelly, foi baseada principalmente sobre os rumores em torno de alguns muito reais e algumas tensões improcedentes entre Morrissey e Johnny Marr. Especificamente, foi alegado que Morrissey não gostou de Marr trabalhar com outros músicos, e que a relação pessoal entre os dois tinha chegado ao ponto de ruptura. Marr, em seguida, contactou a NME para esclarecer que sua saída não era devido às tensões pessoais, tanto quanto desejam um maior alcance musical em sua própria carreira. Entrevistas dadas por ambos citam a falta de um gerente e de acompanhamento por conta da pressão sobre eles, pessoalmente, como a principal causa de estresse que efetivamente acabou com a banda.
O ex-guitarrista do Easterhouse, Ivor Perry, foi trazido para substituir Marr, a banda gravou material novo com ele que nunca foi concluído, incluindo uma versão inicial de "Bengali in Platforms", que foi originalmente concebido como o B- lado de "Stop Me If You Think You've Heard This One Before". Perry estava desconfortável com a situação, declarando que "era como eles queriam outro Marr Johnny", e terminou com as sessões (de acordo com Perry) "com Morrissey correndo para fora do estúdio." O quarto álbum do grupo, Strangeways, Here We Come foi lançado em setembro, e a banda se separou. O colapso do relacionamento tem sido atribuído principalmente ao Morrissey se irritar com o trabalho de Marr com outros artistas e Marr cada vez mais frustrados pela inflexibilidade musical de Morrissey. Marr particularmente odiava obsessão de Morrissey com artistas pop dos anos 1960, como Twinkle e Cilla Black. Marr recordou em 1992, "Isso foi a gota d'água, na verdade. Eu não formar um grupo para cantar músicas de Cilla Black." Em uma entrevista de 1989, Morrissey citou a falta de um empresário como razões para eventual separação da banda.
Strangeways, Here We Come chegou ao número dois no Reino Unido e foi o álbum mais bem sucedido em os EUA, atingindo # 55 na Billboard 200. Ele recebeu uma recepção morna da crítica, mas ambos Morrissey e Marr nome como seu álbum favorito dos Smiths. O título do disco faz um referência a mais famosa prisão de Manchester, Strangeways. A capa traz um foto desfocada do obscuro ator Richard Davalos. Seu papel mais conhecido foi como o irmão de James Dean no filme “Vidas Amargas” (“East of Eden”). Na contracapa há uma foto de uma placa de trânsito sinalizando as vias para bairros de Manchester. Tal placa foi roubada, muito provavelmente por algum fã do grupo, logo após o lançamento do disco. Um par de singles de Strangeways foram libertados com a anterior sessão, ao vivo e faixas demo como B-sides, e no ano seguinte à gravação ao vivo Rank (gravado em 1986, enquanto Gannon estava na banda) repetiu o sucesso nas paradas do Reino Unido de álbuns anteriores.
Carreiras pós-Smiths
Pouco depois do lançamento de Strangeways, a banda foi o tema de um documentário em artes LWT vertente The South Bank Show, transmitido pela ITV, em 18 de Outubro de 1987.
Após o fim do grupo, Morrissey começou a trabalhar em uma gravação a solo, colaborando com o produtor Stephen Street e companheiro de Manchester Vini Reilly, guitarrista do The Durutti Column. O álbum resultante, Viva Hate (uma referência ao fim dos Smiths), foi lançado seis meses depois, alcançando o número um nas paradas britânicas. Morrissey continua a tocar e gravar como artista solo. Em 1994, um dueto entre Morrissey e Siouxsie chegou às lojas, "Interlude".
Johnny Marr retornou à cena musical em 1989 com Bernard Sumner, vocalista da banda britânica New Order e o Pet Shop Boy Neil Tennant no supergrupo Electronic. Electronic lançou três álbuns durante a próxima década. Ele também trabalhou como músico e colaborador escrevendo para artistas como The Pretenders, Bryan Ferry, Pet Shop Boys, Billy Bragg, Black Grape, Talking Heads, Crowded House e Beck. Em 2000, ele começou outra banda, Johnny Marr e os curadores, com um grau moderado de sucesso, e mais tarde trabalhou como músico convidado no álbum do Oasis Heathen Chemistry.
Além de seu trabalho como artista, Marr já trabalhou como produtor musical do álbum de estréia Haven Entre os sentidos. Em 2006 ele começou a trabalhar com o Modest Mouse Isaac Brock em músicas que eventualmente apresentado no lançamento da banda de 2007, "We Were Dead Before the Ship Even Sank". A banda anunciou subsequentemente que Marr era um membro de pleno direito, e a linha reformada-up excursionou extensivamente em todo 2006-07. Marr também foi gravar com Liam Gallagher, do Oasis. Em janeiro de 2008, foi relatado que Marr tinha acrescentado a sua habilidade e experiência para uma sessão secreta com composições Wakefield do grupo indie The Cribs. Fontes revelaram que eles trabalharam juntos por uma semana no estúdio de gravação Moolah Rouge em Stockport, e tinha escrito uma série de músicas novas. Marr tornou-se um membro pleno da The Cribs.
Andy Rourke e Mike Joyce continuaram trabalhando juntos, incluindo sessões de trabalho a fazer para Morrissey (1988-89) e Sinéad O'Connor, bem como trabalhar em separado. Rourke já gravou e excursionou com o Proud Mary e atualmente está formando um grupo chamado Freebass com os colegas baixistas Peter Hook (do New Order e do Joy Division) e Mani (do The Stone Roses e do Primal Scream). Ele começou uma carreira no rádio, apresentando um programa nas noites de sábado na XFM Manchester. Ele agora vive em Brooklyn, em Nova Iorque, e tem um programa de rádio semanal sobre o eastvillageradio.com.
Caso do Tribunal
Em 1996, Joyce levou Morrissey e Marr aos tribunais, alegando que não tinha recebido a sua parte dos direitos de gravação e performance, ou seja, iguais 25 por cento para cada membro do grupo em vez de dez por cento para Joyce e Rourke. Os royalties das composições não eram um problema, como Rourke e Joyce nunca haviam sido creditados como compositores da banda. Morrissey e Marr alegaram que os dois outros membros da banda sempre concordaram com a divisão dos royalties, mas o tribunal decidiu a favor de Joyce e ordenou que ele fosse pagar mais de £ 1 milhão em salários atrasados e recebem 25 por cento, doravante . Como royalties Smiths tinham sido congelados por dois anos, Rourke resolvida por uma pequena quantia para pagar suas dívidas e continuou a receber dez por cento. Depois deste caso do tribunal, Morrissey afirmou que "The Smiths foi uma coisa linda que Johnny [Marr] deixou, e Mike [Joyce] destruiu." Morrissey recorreu contra a sentença, mas não obteve sucesso.
No final de novembro de 2005, ao aparecer na estação de rádio BBC 6 Music, Mike Joyce alegou estar tendo problemas financeiros e disse que havia reservado a venda de gravações raras da banda no eBay. Como teaser, a poucos minutos de uma faixa instrumental inacabado conhecido como "The Click Track" foi premiado na mostra. Morrissey bateu para trás em Joyce, com uma declaração pública, pouco depois, no site true-to-you.net. As relações entre Joyce e Rourke arrefecido significativamente como resultado da afirmação de Morrissey, que alegou que Joyce havia enganado os tribunais. Morrissey Joyce alegou que não tinha declarado que Rourke tinha o direito de alguns dos bens apreendidos pelos advogados de Joyce de Morrissey.
Anos 2000
Johnny Marr e Morrissey têm repetidamente dito em entrevistas que eles não vão se reunir a banda. Em 2005, a VH1 tentou obter a banda de volta para uma reunião em seu show Reunited Bands. O programa abandonou sua tentativa após acolhimento Aamer Haleem não foi bem sucedida em sua tentativa de convencer Morrissey antes de um show. Em dezembro de 2005 foi anunciado que Johnny Marr e os curandeiros tocaria em v Manchester Câncer, um show beneficente para pesquisa de câncer sendo organizado por Andy Rourke e sua produtora, a Great Northern Productions. Rumores sugerem que uma reunião dos Smiths ocorreria neste concerto, mas foram dissipadas por Johnny Marr em seu site. No entanto, Rourke se juntaram Marr no palco pela primeira vez desde The Smiths se dissolveu, cantando "How Soon Is Now?".
Para este dia Morrissey recusa-se a reunir sua antiga banda, indo tão longe a ponto de dizer que "preferia comer seus próprios testículos do que se reunir aos Smiths, e que está dizendo algo para uma vegetariana." Em março de 2006, Morrissey revelou que The Smiths tinha sido oferecido US$ 5 milhões para se reunir para uma apresentação no Coachella Valley Music and Arts Festival, que ele recusou, dizendo: "Não, porque o dinheiro não chega para ele." Ele explicou ainda: "Foi uma viagem fantástica. E então ele terminou. Eu não sinto que deveria ter acabado. Eu queria continuar. [Marr] queria acabar com ela. E foi isso." Quando perguntado por que ele não queria a reforma do The Smiths, Morrissey respondeu: "Eu sinto que trabalhei muito duro desde a morte do The Smiths e os outros não. Nós não somos amigos, não nos vemos mais. Por que diabos nós estaríamos em um palco juntos?"
Em agosto de 2007, a NME informou que Morrissey havia recusado uma oferta de £ 40.000.000 perto de se reunir com Marr para uma turnê mundial de 50 dias em 2008 e 2009. A condição seria apenas de que Morrissey teria que jogar com as datas de Marr, que significa que o negócio poderia ter ido adiante sem Mike Joyce e Andy Rourke. [30] De acordo com um comunicado de imprensa anônimo em true-to-you.net, um não-oficial fã site tacitamente apoiada por Morrissey, Morrissey foi abordado no Verão de 2007 por um "consórcio de promotores", com uma oferta de US $ 75 milhões para turnê durante os próximos dois anos. A oferta Morrissey necessária para fazer um mínimo de cinquenta espectáculos em todo o mundo com Johnny Marr, ao abrigo do Smiths nome. true-to-you.net informou que a oferta foi recusada. [31] Outros relatos dizem que a turnê 75 milhões dólares inteira foi uma farsa [32].
Em uma entrevista de outubro de 2007 pela BBC Radio 5 Live, Johnny Marr sugeriu uma reforma potencial no futuro, dizendo que "coisas estranhas têm acontecido isso, você sabe, quem sabe?" Marr passou a dizer que "Não é biggy. Talvez com o tempo de 10 ou 15 anos, quando todos nós precisamos, por qualquer motivo, mas agora Morrissey está fazendo a sua coisa e eu estou fazendo o meu, então essa é a resposta realmente ". Esta é a primeira indicação de potencial de uma reunião dos Smiths de Marr, que já declarou que a reforma da banda seria uma má idéia [33].
Em outubro e dezembro de 2008, o The Sun informou que os Smiths seria reformar a desempenhar no Festival Coachella em 2009. [34] No entanto, Johnny Marr declarou mais tarde através da sua gerência que os boatos eram "lixo" [35].
Uma compilação dos Smiths chamado The Sound of The Smiths foi lançada em 10 de novembro de 2008. Johnny Marr supervisionou a remasterização de todas as faixas e Morrissey chamado o registro. O álbum está disponível tanto como um disco ou na versão de dois discos [36].
Em fevereiro de 2009, na sequência de outras sugestões de uma reunião iminente, Morrissey, mais uma vez negou os boatos. Em entrevista à BBC Radio 2, ele afirmou que "As pessoas sempre me perguntam sobre reuniões e eu não posso imaginar por que ... o passado parece ser um lugar distante, e eu estou contente com isso."
Estilo Musical
Ao longo da existência do grupo, Morrissey e Johnny Marr ditaram a direção musical do The Smiths. Marr disse que em 1990, "[I] Foi uma coisa de 50/50 entre Morrissey e eu. Estávamos completamente em sintonia sobre o caminho que devemos seguir para cada registro" [38]. A música da banda propositadamente rejeitou sintetizadores e a dance music [11].
Johnny Marr tocava guitarra Rickenbacker foi influenciado por The Byrds, o trabalho de Neil Young com o Crazy Horse, George Harrison e James Honeyman-Scott, dos Pretenders. Marr, muitas vezes a sintonizar a sua guitarra até uma etapa cheia de F # para acomodar alcance vocal de Morrissey, e também utilizou afinações abertas. O guitarrista dedicou seu foco para a produção de música do grupo. Citando o produtor Phil Spector como uma influência, Marr disse: "Eu gosto da idéia de discos, mesmo aqueles com bastante espaço," sinfônico ", que som. Eu gosto da idéia de todos os jogadores que se fundem em uma atmosfera" [38].
Musicalmente, o papel de Morrissey na banda foi a de criar melodias vocais e letras. Composições [22] Morrissey seria influenciada pelo punk rock e bandas pós-punk, como o New York Dolls, The Cramps e T Rex, e cantoras como Dusty Springfield, Sandie Shaw, Marianne Faithfull e Timi Yuro. As letras de Morrissey, enquanto aparentemente deprimentes, eram muitas vezes cheias de humor mordaz. John Peel observou que The Smiths foram uma das poucas bandas capazes de fazê-lo rir em voz alta. Influenciado pelo seu interesse de infância no realismo da classe trabalhadora social nas novelas de televisão, Morrissey escreveu sobre gente comum e suas experiências com a rejeição, desespero e morte. Enquanto sombrio "... canções como" Still Ill "selou o seu papel como porta-voz da juventude descontente".
Imagens
O grupo tinha um estilo visual diferenciado em seus álbuns e singles, caracterizados com imagens colorizadas de estrelas de cinema e astros pop, geralmente em dois tons, projetados por Morrissey e pelo coordenador de arte da gravadora Rough Trade, Jo Slee. As capas raramente têm qualquer outro texto além do nome da banda, e o grupo não aparecia na capa externa dos seus lançamentos, a não ser em fotos internas, como na famosa foto em frente ao Salford Lads Club que ilustra o encarte do disco "The Queen is Dead". Morrissey só apareceu em uma capa alternativa para o single "What difference does it make?", imitando a pose do astro original, o ator Terence Stamp, que inicialmente se opôs ao uso de sua imagem, mas depois voltou atrás. As "estrelas das capas" foram escolhidas por interesses pessoais de Morrissey em estrelas de cinema obscuras ou cult, como Alain Delon, Jean Marais, o protegido de Andy Warhol, Joe Dallesandro, James Dean, e pessoas ligadas a cultura britânica dos anos 50/60 (Viv Nicholson, Pat Phoenix, Yootha Joyce, Shelagh Delaney) ou ainda imagens de modelos desconhecidas tomadas de filmes antigos ou velhas revistas.
Os Smiths, sempre vestidos em roupas comuns - jeans e camisetas simples - refletiram o "back to basics", estilo de guitarra, baixo e bateria na música. Isto contrastava com a imagem de alta-costura exóticas cultivadas por grupos pop como New Romantic Spandau Ballet e Duran Duran em destaque em revistas como The Face e iD. Em 1986, quando The Smiths se apresentava no programa de música britânica The Old Grey Whistle Test, Morrissey usava um aparelho auditivo falso para confortar um fã com deficiência auditiva, que tinha vergonha de usar um, e também freqüentemente usava óculos de aro grosso fornecido pelo Serviço Nacional de Saúde. No palco a presença de Morrissey com danças desajeitadas e flores no palco chamavam a atenção, e encorajava jovens "tímidos e desajeitados" a dançar mesmo não sabendo dançar. Isso transformou Morrissey num objeto de culto e seus shows precisavam de cada vez mais seguranças, devido ao número de pessoas que invadiam o palco para tocar no herói.
Legado
Os Smiths influenciaram uma série de bandas de rock alternativo na carreira. Mesmo já em 1985, a "banda gerou uma onda de bandas imitador, incluindo James, que abriu para o grupo em sua turnê de primavera de 1985" [41]. The Cranberries combinado "o barulho melódico de pós-Smiths guitar pop-indie com as texturas alegres, transe induzido sonora de dream pop fim dos anos 80, a criação de seu som com "triplamente, guitarras e repique de reposição, certas melodias." [42] Além disso, a banda utilizada como produtor Stephen Street, que era conhecido para "maximizar o mau humor dos Smiths". [43] The Cranberries fundida este som com letras que ecoou o apaixonado, o estilo literário de Morrissey. "livresco A cantora Smiths, ferozmente letras inteligentes também forneceu um modelo para o silêncio, a banda alfabetizados escocês . Belle & Sebastian "brincar [44] Marr com a guitarra" era um bloco enorme edifício de lendas mais o Manchester que se seguiram The Smiths - The Stone Roses ", o guitarrista John Squire declarou que Marr foi uma grande influência [44], guitarrista do Oasis Noel. Gallagher chamou The Smiths uma influência, especialmente Marr, Gallagher afirmou que "quando a separação Jam, The Smiths começou, e eu fui totalmente para eles." [44]
Escrevendo em Q, em 2007, Simon Goddard afirmou: "... a única voz verdadeiramente vital dos anos 80, The Smiths eram o grupo mais influente guitarrista britânico da década, como os de fora indie primeiro a alcançar o sucesso mainstream em seus próprios termos. (seu segundo álbum próprio, 1985's Meat Is Murder, fez o número 1 no Reino Unido), que elevou a fórmula do rock de quatro peças padrão para novos patamares de magia e poesia. legado deles pode ser traçada através dos Stone Roses, Oasis e The Libertines a safra de bandas de guitarra engenhoso jovens. "[45]
O "movimento Britpop precedido por The Stone Roses e liderado por grupos como Oasis, Suede e Blur, pegou muito do retrato de Morrissey ea nostalgia de uma Inglaterra desolador urbanas do passado." [46] banda britpop Blur formado como um resultado da visão The Smiths na mostra do Banco do Sul em 1987. No entanto, apesar principais bandas do movimento Britpop alegou ser influenciado por The Smiths, as bandas de Britpop estavam em desacordo com as "filosofias anti-establishment do Morrissey e The Smiths", desde o Britpop "era uma construção puramente comerciais". No livro de Saint Morrissey, o autor afirma que Britpop "airbrush [va] Morrissey fora do quadro ... de modo que os anos noventa e da sua economia centralmente planificada e coordenada pop poderia acontecer." [46]
fase Dramaturgo Shaun Duggan's drama de William, o romance de Douglas Coupland, de 1998 Girlfriend in a Coma, Andrew Collins autobiografia Heaven Knows I'm Miserable Now, novela Marc Spitz How Soon Is Never?, a banda pop Shakespears Sister, o grupo de art-punk extinta Pretty Girls Make Graves e curta-metragem do cineasta polonês Przemyslaw Wojcieszek de ficção sobre dois fãs poloneses do The Smiths, Louder Than Bombs, são todos o nome de músicas de The Smiths.
Uma informação: para os neófitos, que acabaram de descobrir o grupo e suas músicas, é muito comum surgir uma confusão sobre a música "Suedehead" (erroneamente chamada por muitos de "I'm so Sorry"): esta música nunca foi gravada pelos Smiths, mas sim pelo Morrissey. É o primeiro single de sua carreira solo.
Formação principal (1982–1987)
- Morrissey – vocais, letras
- Johnny Marr – guitarras, teclados, baixo
- Andy Rourke – baixo
- Mike Joyce – bateria
Outros membros
- Dale Hibbert – baixo (1982)
- Craig Gannon – guitarra de ritmo (1986)
Discografia
Álbuns de estúdio
- The Smiths (1984)
- Meat Is Murder (1985)
- The Queen Is Dead (1986)
- Strangeways, Here We Come (1987)
Ao vivo
- Rank (1988)
Coletâneas
- Hatful of Hollow (1984)
- The World Won't Listen (1987)
- Louder Than Bombs (1987)
- Best...I (1992)
- ...Best II (1992)
- Singles (1995)
- The Very Best of The Smiths (2001)
- The Sound of The Smiths (2008)
Singles
Bandas relacionadas
- R.E.M.
- The Fall
- Siouxsie and the Banshees
- James
- Suede
- Echo & The Bunnymen
- Morrissey (Carreira Solo)
2
- ↑ Reynolds, Simon. Rip It Up and Start Again: Postpunk 1978–1984. Penguin, 2005. p. 392
- ↑ Erlewine, Stephen Thomas. "The Smiths". Allmusic. Retrieved 9 August 2006.
- ↑ In: Colin Larkin. Smiths. [S.l.]: Oxford University Press, 2006. p. 570, volume 7. ISBN 9780195313734
- ↑ Interview (http). Melody Maker, cited at Hiddenbyrags.com (1984). Arquivado do original em 2 November 2006. Página visitada em 22 April 2007.
- ↑ a b c Roberts, David (ed.). British Hit Singles & Albums. 19th ed. [S.l.]: HIT Entertainment, 2006. 509–510 p. ISBN 1-904994-10-5
- ↑ Interview With Stephen Street. HitQuarters (27 September 2005).
- ↑ Heaven Knows I'm Miserable Now, foreverill.com
- ↑ Suffer Little Children lyrics, Passions Just Like Mine website
- ↑ Band Aid vs. Morrissey... (http). Overyourhead.co.uk (18 November 2004).
Ligações externas
- Informações sobre a banda (em português)
- Letras e informações sobre músicas da banda (em inglês)
- Discografia completa (em inglês)


Nenhum comentário:
Postar um comentário